A árvore

Aos poucos ela foi crescendo, buscando água fresca para se livrar da quentura dos raios solares.

Fincando suas rígidas raízes, provedora da sua mantença, nos mais úmidos lugares.

Por equívoco e ingenuidade, ela enxergava a terra como sua única fonte de esperança.

Por não saber quem era ela, aceitava o que nada lhe acrescentava e, assim, não exigia mudança.

Não sabia da sua infinita bondade, achava que tudo o que fazia qualquer outra árvore poderia fazer.

Por não se comparar, mensurava que seu brilho era comum, que todas as árvores eram iguais.

É que ela era humilde, se doava incondicionalmente, não se importava se iriam algo lhe oferecer.

Ela era pacífica, mas quem a avistava de longe sabia que suas folhas eram especiais.

As outras árvores especulavam seu segredo. Ser vindoura, sem brigar pelo o espaço da terra, como ela conseguia?

Mas o que ninguém sabia que para terra ela nem ligava, se importava em cumprir a sua missão com maestria.

A terra, com justos sacrifícios, o seu próprio espaço para a árvore oferecia.

O segredo da árvore, de grande inteligência, é que no fundo ela sabia.

Ela era uma árvore que contribuía com a paisagem, sombra a quem ao sol pedia arrego, ar puro e alegria.

O vento, às vezes, a derrubava mas, após a tempestade, lá ela estava. Nem ela acreditava que suportava a ventania.

Pagavam-lhe com ingratidão a quem amor ela dava, tinha suas folhas arrancadas, raízes pisadas e o seu tronco ferido.

Foi quando um dia ela percebeu que nada havia sido capaz de lhe tirar o brilho.

E lá ela continua, dia após dia, sendo a árvore mais bela e forte, apesar de ter sofrido.

Maísa C. Lobo

30/03/2020

09:53h

Maisalobo
Enviado por Maisalobo em 30/03/2020
Reeditado em 16/06/2022
Código do texto: T6901346
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