Sempre Sampa
Em minha querida e desvairada Sampa faço paisagens do que sinto, vou ao Viaduto do Chá e fico imaginando o vale do Anhangabaú despojado de prédios e viadutos deixando cantar seu riacho encoberto de asfalto e suas matas ainda virgens de mim e de todos os paulistanos.Vou encontrar com o impossível, antes que a boca da noite engula esta tarde e me conduza para o incógnito final do dia, voar sobre o rebanho de nuvens que cobre meu céu de inverno e lá de cima no privilegiado ponto de observação dos céus, ver os homens diminutos como formigas destruindo nosso planeta azul.Volto desta viagem insana, para, recolher meu lixo, economizar água e cuidar da minha terra que é a parte que me cabe como espectador da vida.Como personagem sonhar as paisagens reféns de minhas retinas, as cachoeiras de Iguaçu e Presidente Médici, as florestas da Serra do Mar, o mar de Angra, Sousas minhas arvores meu chão, e como Bandeira me conscientizar “que só é meu o país que trago dentro do peito “ regresso ao apartamento que apequena meus horizontes em janelas, e sonho um sonho solitário como a flor do único vaso da minha vizinha aposentada, que a noite sou capaz de refazer, a destruição do dia e manter nosso planeta azul. Que meu abraço encontre o seu sorriso.
Carlos Said