Minha experiência com o covid-19

Só uma gripizinha?

Tenho minhas dúvidas!

Não sei se eu tive contato com alguém que testou positivo para o covid-19 ou não. Ou ainda com alguém infectado ou sem querer toquei em alguma superfície.

Naquela semana antes dos sintomas aparecerem, eu sai duas vezes para resolver algumas coisas normais do dia a dia. Mas, nove dias antes, precisei ir ao upa, por conta de uma bronquite, tomando os devidos cuidados.

Sobre o que sabíamos do novo Coronavirus ou Covid-19 era o que ouvíamos na tv ou na internet. E pelo o que sabia até então não tinha nenhum caso no Brasil, tanto que no carnaval era só folia.

Carnaval acabou...

Crianças na escola...

A vida seguia normal...

No último dia que sai (13.03), acompanhei pela internet, que o governador aqui do Rio de Janeiro, pedia para a população ficar em casa, e logo decretou o fechamento das escolas. Não tenho crianças em casa.

No dia seguinte, meus pais fizeram uma pequena viagem com o meu filho, que já estava agendada, pois tinham marcado para visitar um casal de amigos.

No domingo (15.03), amanheci sentindo a garganta. E a tardezinha, quando chegaram, encontraram-me passando mal. Até aí tudo normal. Nada de Coronavirus no Brasil. Ledo engano meu. Pois foi divulgado que o primeiro caso, foi notificado no dia 26.02.20.

No início sentia uma dor leve de garganta, um pouco de tosse, coriza... Como se fosse um resfriado, provocando mal estar. A princípio, pensei que fosse uma sinusite ou alergia devido a irritação nos olhos.

Na segunda-feira fiquei febril. E antes disso, transpirava muito... Uma fraqueza e muita dor no corpo.

Até que na terça-feira, o meu terceiro dia, veio a febre.

A noite dormi e acordei não com diarreia, e sim, com uma dor de barriga muito forte - Estranhei.

Na quarta-feira pela manhã, conversando com uma amiga pelo whatsapp, ela suspeitou do tal Coronavirus. Como não moro sozinha, fui atrás de uma consulta médica na Clínica da Família do bairro. Pois além da dor abdominal e náuseas, tosse, também estava com um pouco de falta de ar.

Depois de uma certa espera e de ter recebido uma máscara logo na porta da entrada, detalhei tudo e o fato de ter tomado a vacina da gripe no ano anterior. Aí sem teste, com falta de ar, foi prescrito um analgésico e enviada de volta para casa com a recomendação de ficar 14 dias sem sair de casa e fazendo o uso da máscara: Diagnosticada com o Covid-19.

Ainda bem que tinha algumas máscaras em casa que me foram dadas por uma amiga quando tive pneumonia há dois anos. E através da filha de um amigo, consegui outras, já que não se encontra para comprar.

Na quarta-feira, além da febre, cansaço, falta de ar, irritação nos olhos, vinha uma moleza e a vontade de não fazer nada.

Nos dias seguintes, por qualquer esforço sentia falta de ar. A febre vinha seguida de calafrios e muito suor, parecia que tinha corrido uma maratona.

Na quinta-feira aconteceu a dor de cabeça e mais dores no corpo, não tinha posição para ficar até nos próximos dias, seguindo até o meu nono dia de covid-19 foram nesse ritmo.

A vontade de me alimentar era zero. E a água me policiava para tomar. Algumas vezes, as náuseas voltavam.

Desde a minha ida ao médico, preferi não mais sair de casa.

Há momentos que fico bem...

Em outros bate uma moleza...

Uma sonolência...

Os meus dias oscilavam...

Tinha dias que acordava bem, mas a tarde recomeçava.

Fiquei quarta e quinta ( 11° e 12° dias), sem febre, apenas um pouco de dor, tosse, cansaço e um pouco de falta de ar. Nestes momentos, procuro ficar quietinha.

No sábado, o meu décimo quarto dia de covid-19, não amanheci bem. A garganta voltou a doer, a febre e a tossir mais. E voltou uma leve irritação nos olhos, assim como o cansaço. Então, resolvi ligar para o número 160 e pedir orientações, já que nos últimos dois dias passei a sentir uma pressão no tórax.

A pessoa que me atendeu, orientou-me da forma que já sabia e que se sentisse falta de ar, procurasse um hospital com atendimento de emergência. E que também em dois dias, retornariam a ligação para saber do meu estado de saúde.

Bom...

Hoje estou no meu décimo quarto dia.

Acredito que a fase crônica já tenha passado.

Infelizmente, o que tenho acompanhado pela tv, existe um preconceito com as pessoas infectadas.

Ninguém está imune.

Ninguém é auto suficiente.

Se é um simples vírus, o que vem mostrando que não, dizimando muitas vidas.

Ou se é uma arma biológica...

Deus que tenha misericórdia de todas essas almas.

Eu escolhi ficar dentro de casa, cuidando dos meus e dos outros.

Mas infelizmente, há pessoas que ainda teimam em insistir que é apenas uma simples gripe...

O que não é!

Faça a sua parte:

Fique em casa.

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 29/03/2020
Código do texto: T6900989
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