A PRISÃO HUMANA PREESTABELECIDA – O JOGO DA VIDA REAL
A humanidade indubitavelmente nasceu para ser livre! E este momento de confinamento e de isolamento social para a prevenção ao COVID-19, nos faz acreditar ainda mais nessa afirmativa! Por outro lado é válido refletir sobre o que leva um ser humano a cometer um crime e a provar o gosto amargo das grades da cela de uma cadeia ou de um presídio. A convivência humana de certo modo pode até ser um certame da vida real. E quando falamos em jogo, queremos referenciar sobre tudo que está posto à nossa disposição! A despeito de algumas adversidades inesperadas que enfrentamos dia a dia, as regras já estão em nosso tabuleiro. Não há segredo, nem “cartas na manga”! Desse modo é inevitável compreender o regulamento. Viver a certa altura da vida pode se tornar uma aventura prazerosa mesmo que haja barreiras ou se os dados não estiverem em nossas mãos. É perfeitamente possível jogar essa partida sem sermos lançados em um abismo sombrio!
É clarividente que não basta não querer estar encarcerado! Esse é apenas o princípio da ideia! Faz-se imprescindível que saibamos coabitar em comunidade. Vale dizer que é notório que uma boa parte da sociedade não sabe conviver com os outros! Curioso é que o maior número de ocorrências policiais registradas sobre violência doméstica, por exemplo, se dão nos finais de semana. Não é penoso assimilar que não temos total controle sobre nossos atos. Muitos não têm nem mesmo domínio sobre o que comem e sobre o que bebem. É possível afirmar que grande parte das lesões corporais registradas tem estopim após a ingestão exagerada de bebida alcoólica. Um dos motivos é que a espécie humana tem uma característica diferenciada - gosta muito de falar, de ter a atenção dos outros e de ser ouvida! Todavia grande parte da humanidade carece de desenvolver a habilidade de saber ouvir! Não é raro estarmos desatentos ao que o outro tem a nos dizer. Estamos geralmente com pressa para impor o que pensamos e o outro sempre fica para depois, se houver tempo! Para o estadista britânico, Winston Churchill, “é preciso coragem para levantar-se e falar, mas também é preciso coragem para sentar-se e ouvir”.
Certamente a convivência humana se estabelecerá com mais harmonia, quando estivermos atentos ao diálogo, isto é, em que ouvir terá o mesmo peso que falar. Somos ávidos por expressar nosso pensamento, contudo a imposição hostil e agressiva pode levar a desentendimentos e interpretações equivocadas e danosas. E o erro na formatação das ideias, a imperatividade com que nos colocamos frente ao outro é algo que carecemos trabalhar no quotidiano. É um aprendizado constante! Pois o ser humano é racional, mas também é emocional! O arbítrio sobre como agir é um trabalho de percepção de ambiente e de estado de espírito constante e gradual. Não obstante a isso é cogente estarmos desarmados emocionalmente para a coexistência, ativar a nossa astúcia racional para descobrir que no interior de cada um está a chave para abrir as portas do desenvolvimento e da elevação humana à liberdade plena!