ESTADO ESPETÁCULO
ESTADO ESPETÁCULO
O estado espetáculo, aquele que oferece péssimos serviços em educação, saúde, segurança, justiça, tratamento de água, captação e tratamento de esgoto, disposição de resíduos (lixo), toma intempestivamente a decisão de fechar tudo aquilo que não é considerado essencial. Ao mesmo tempo, seria cômico não fosse trágico, instala hospitais de campanha em estádios, construídos para a Copa, para suprir a demanda pelos atendimentos à contaminados pelo coronavírus. Tudo em nome do interesse e preservação da saúde do povo.
Ora, nada é desimportante para conter a escalada da pandemia, todavia, medidas devem ser tomadas com toda a serenidade e pensadas em todos os aspectos e consequências.
O fechamento dos negócios privados trará consequências sérias a todos. O estado não gera renda, apenas a distribui, portanto, a arrecadação será drasticamente afetada e os estados que vivem dessas receitas, principalmente os mais carentes, sofrerão perdas irreparáveis e deixarão de atender a população por falta de recursos. Por que antes de fechar tudo não se pensou em estabelecer um rodízio, ou limitar acesso aos locais. Por que os governos e os políticos não decretaram cortes em seus vencimentos, estabelecendo uma tabela de descontos progressivos, isentando quem ganha até 5 SM. e exercem atividades essenciais, e taxando de 10 a 50% nos demais salários, inclusive os aposentados. Abro aqui um parêntese para citar, como exemplo, um vereador em Taubaté. Um vereador em Taubaté percebe R$ 8.363,90 para comparecer a uma sessão por semana, no mais do tempo, além de exercer atividade privada, vive fazendo favores que caberia ao estado realizar. O que menos fazem e deveriam mais fazer, fiscalizar atos do Executivo, é faz de conta. Lembro ainda que todos, servidores e políticos, tem estabilidade, portanto, não sofrem sequer psicologicamente, a possibilidade de perda do emprego e da renda. O dinheiro arrecadado seria usado para atender principalmente os necessitados e para atividades ligadas a saúde.
Deveriam manter abertas as escolas para fornecimento de merendas, as crianças ficarão ainda mais fragilizadas, sem comer, e suscetíveis a mais moléstias e com sérios prejuízos a seu desenvolvimento. Poderiam criar escalas, horários distintos para evitar aglomerações. Seus pais, não tem e não terão renda para sustentá-las. Poderiam ainda estender a merenda aos pais.
Por que não aumentar impostos, mesmo que provisórios, para os mais afortunados?
Falências e desemprego serão a tônica.
A China, país também continental, não paralisou as atividades em todo o país, foi seletiva, e leve-se em consideração que sua densidade demográfica é exponencialmente maior que a do Brasil. Tomou uma medida drástica suspendendo as festas do Ano Novo chinês, nós por aqui nem pensamos em cancelar o carnaval, pelo contrário, nunca houve tanta gente aglomerada, principalmente na cidade de São Paulo, que hoje, puxa os números da epidemia.
Enfim, quem viver verá e sentirá o efeito das medidas tomadas, que nem se sabe se serão efetivas no controle da doença, daqui a pouco vão liberar a saída e a abertura de negócios, tomara não haja um espalhamento ainda maior daquilo que se objetivava reduzir. Oremos, sem ir a igrejas ou templos.