TODO MUNDO É UMA ILHA.
Cidades, estados, países, quarentena... Sim, vivemos em uma aldeia global, podemos nos comunicar com apenas um clique, a tecnologia nos aproximou, de modo que ligações por meio convencional na utilização do telefone está ficando em desuso. No momento em que escrevo essa crônica, minha filha de nove anos brinca com sua colega, minha filha em seu quarto, sua colega, da mesma idade, também em seu quarto... Essa sua colega mora em outro bairro, esse milagre é possível graças à tecnologia, vídeo chamada por meio de um aplicativo de celular - É o que muitos estão fazendo nessa quarentena. O que era impossível anos atrás, hoje é perfeitamente normal e muitíssimo utilizado.
Cidades, estados e países, quarentena... Sim, essa mesma aldeia global, vive hoje a triste realidade do COVID-19. Todos nós somos convidados ao isolamento, alguns - por não terem ninguém - a solidão... Quem imaginaria tal coisa... O ano iniciou-se cheio de expectativas, sonhos, esperanças, no entanto, em dado momento, o que parecia improvável fez com que essa aldeia global se isolasse dentro de seus lares. Ruas completamente desertas, bares fechados, cinemas e shopping vazios. Como diz certo verso de uma canção: “Todo mundo é uma ilha, a milhas e milhas de qualquer lugar”.
Cidades, estados, países, quarentena... Sim, caríssimos amigos leitores, vivemos receosos e com medo. Mortes se espalham mundo afora, medo assombra o coração. Novamente a tecnologia é uma ilha habitada, onde nos agarramos com tanto esforço as informações oferecidas. Não há abraços e beijos, ouvimos apenas a voz, vemos a face, desejosos de que a qualquer momento, a vida volte à normalidade, e os abraços e beijos deixem de ser virtuais e passam a ser reais. Voltamo-nos para a família, cada um à sua maneira, colocamos a conversa em dia, relembramos coisas boas e ruins, conhecemos a nós mesmos nestes em que nos tornamos uma ilha.
Cidades, estados, pessoas, quarentena... Sim, infelizmente, muitas pessoas não estão dando conta da gravidade do que os cerca, mas, a conta da desobediência chega aos imprudentes. O nosso inimigo é praticamente invisível - um pequeno vírus - não o vemos andar por aí, dessa vez não é um mosquito que deve ser combatido, porém, o principal transmissor sou eu e você. Devemos combater as nossas atitudes erradas, a nossa ignorância diante de algo tão grave... Tão grave que, na educada e certa medida voluntária de cada indivíduo, o derrotamos com atitudes simples e pequenas, respeitando os limites colocados. Não é o momento de festas, de comemorações, de churrascos, nada disso... É o momento de obedecer, de se precaver, de estar atento, de cuidados redobrados, quem cuida ama, quem ama cuida.
Cidades, estados países e pessoas quarentena... Sim, nós venceremos, mas para isso, cada um deve educar a si próprio, um mundo melhor depende unicamente do meu e do seu melhor. Termino essa crônica já com o horário apertado, tenho que sair agora, faço parte dos trabalhadores de serviços essenciais à população. Faço a minha parte na prevenção e cuidado, com certo exagero confesso, no entanto, haja vista que em minha casa há uma idosa e uma criança, considero que todo o cuidado é necessário para o bem daqueles que tanto amo e tanto me ama.
Despeço-me dos amigos leitores, na esperança de dias melhores.