A MUDANÇA DE ROTINA

Despertei com o sol entrando pela vidraça. Os passarinhos cantavam cá e os de lá respondiam. Bem-te-vi, bem-te-vi. O vento soprava fazendo barulho ao roçar nas árvores. O cachorro latia. Era dia.

Sentei na cama atordoada. Sem saber a hora. O celular me respondeu. Quinta-feira, sete e trinta da matina. As coisas foram se organizando em minha cabeça. Calma! Você está confinada. Não tem trabalho. Nem pode sair de casa.

Coronavírus. Isso mesmo. O mundo parou. Para evitar a propagação dessa epidemia se faz necessário evitar o contato com as pessoas, multidões conforme aconselha os profissionais da saúde. Diante das tragédias de outros países com quadro elevado de mortes o melhor é obedecer.

Ainda na cama fiquei ali a meditar. Nas redes sociais, na televisão e nos jornais só se fala na mudança de rotina das pessoas. Ruas desertas, restaurantes, bares, academias, salão de beleza, comércio, tudo fechado. Somente alguns serviços essenciais funcionam. Farmácia, supermercado, postos de gasolina, hospitais, etc.

O que não mudou? O cantar dos pássaros, o sol despontando todas as manhãs, o cão que ladra e o vento que sopra. Eles não têm noção da tragédia que estamos vivenciando. Nem eles e nem uns poucos que não acreditam que o vírus não vai chegar até a essa cidadezinha escondida no norte do Piauí. Por isso defendem que a liberação do comércio deve ser autorizada e tudo volte ao normal. Isso não passa de uma gripezinha qualquer, afirmam eles fundamentados no pensamento e em depoimentos de algumas pessoas influentes que conforme os críticos suas falas vem de interesses próprios. Quisera tudo isso fosse mesmo algo banal, mas os fatos provam o contrário. Lamentavelmente!

O importante é que façamos a nossa parte com consciência e responsabilidade. Tem um velho adágio popular que diz:

“Deus protege as bêbados, os bobos e os inocentes”.

Portanto, os esclarecidos que se cuidem e Deus cuida do resto.

Amém!