BATE-BOLA RÁPIDO COM UM ALUNO DO 5º ANO FUNDAMENTAL SOBRE PARADIGMAS ECONÔMICOS RIVAIS EM TEMPOS DE CORONAVÍRUS

A principal diferença entre os dois grandes paradigmas econômicos do mundo é que em um o Estado existe para servir a sociedade; no outro, para se servir dela.

Claudinho Chandelli

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Especialistas promotores e defensores do capitalismo neoliberal:

– Quem tem a obrigação de socorrer a nação NESSE MOMENTO é o Estado.

– NESSE MOMENTO, o Tesouro Nacional tem que ser usado para socorrer a todos.

– O Estado, NESSE MOMENTO, tem que gastar mais, e urgente!

– Não é hora, NESSE MOMENTO, de pensar em reformas fiscais.

– O importante, NESSE MOMENTO, são as pessoas. A Economia a gente recupera depois.

Eu:

– Estado pra todos?

– Estado gastar mais?

– Pessoas antes, Economia depois?

– Estado máximo

– Como assim?

– Cadê a poderosa e generosa mão invisível do Mercado?

– E o Estado mínimo, como fica?

– E a meritocracia?

– E o privatismo?

– E o cumunismo que teria que ser deixado pra trás?

– Intervenção do Estado na Economia? Como assim?

– No momento que as pessoas mais buscam seus deuses, os poderosos e intelectuais do capitalismo exigem que o Governo se valha de práticas do ‘cumunismo’ satânico para socorrer quem queria enterrar pra sempre o ‘cumunismo’?

Aluno do 5º ano fundamental:

– Cara pálida, qual a parte do “NESSE MOMENTO” tu não entendeste?

Eu:

– “Atah”! “NESSE MOMENTO”

– Disfarça!

Aluno do 5º ano fundamental:

– É que, “NESSE MOMENTO”, a ameaça de morte é para todos.

– “NESSE MOMENTO”, mesmo o mais caro dos planos de saúde não consegue construir um hospital só para os seus usuários da classe A.

– “NESSE MOMENTO”, o contágio não começa na favela, mas entre os que têm cartão internacional; aqueles que vão à Disney sempre, independentemente do dólar tá abaixo de 3 ou acima de 5 reais.

– Entendeu, agora, meu caro proletário da classe C defensor do Estado mínimo, da meritocracia e do privatismo?

– A questão, meu caro proletário da classe C defensor do Estado mínimo, da meritocracia e do privatismo, está no paradigma que você escolhe: em um – aquele formulado quando a Terra ainda era esférica e que depois que ela se tornou plana deveria ser deixado pra trás (enterrado pra sempre) – as pessoas devem vir antes da economia sempre. No outro, só “NESSE MOMENTO”.

– Clareou, meu caro proletário da classe C defensor do Estado mínimo, da meritocracia e do privatismo?

Eu:

– Sim! Sim! Obrigado!

Aluno do 5º ano fundamental:

– Não me agradeça. Agradeça ao professor Corona.

Desde que a Terra era esférica, milhares de teses foram escritas, por doutores dos cinco continentes, tentando lhe mostrar isso, e você não conseguiu enxergar. Se o professor Corona, em apenas três meses, conseguiu lhe fazer repensar, os méritos devem ser creditados não a mim, mas a ele.

Eu:

– “Atah!” Obrigado (a vocês dois)!