Do sentido das coisas
O sentido das coisas estaria nelas ou no que atribuímos a elas? Pensou na utilidade das coisas para a vida do homem.
Precisava de algo para beber que não fosse água e o leite surgiu, precisava de comida e essa era lhe dada facilmente por árvores que até embalagem nelas colocava, como se fossem presentes, o paradigma era bucha para o banho, como a natureza poderia dar ao homem o objeto necessário para que o homem pudesse se lavar? Tão ali, tão pronto, como se estivesse escrito a cada uso: Use-me sou feita para você se banhar. O seu devaneio cessava e se sentia pequeno em imaginar que a natureza produziria alguma para o homem, A natureza produzia a coisa para ser a coisa e ponto. Todo e qualquer sentido externo a coisa, era criação, era feito a sua ideologia. Talvez no passado remoto alguém atribuiu a bucha um caráter religioso. Se não ele fundaria agora a sua religião. A religião da coisa, ou das coisas... o nome lhe escapava. O sagrado poderia estar em tudo. Não diziam que Deus era onipresente, pois bem, estaria Ele em todas as coisas então.
O relógio no meio do caminho, se eu nunca tivesse visto um, saberia que era um relógio? Alguém poderia ter fabricado a coisa ou a coisa já estava em si. Busca-se, como já se disse, o sentido do amor, mas deixa-se de vive-lo. Eu quero a coisa, só a coisa me interessa, a coisa primeira.
Ps. Quando a roda fora descoberta, por algum tempo houve a religião da roda, mas depois o tempo tornou-a uma objeto já ordinário e fez com os homens se esquecessem do sagrado presente no revolucionário objeto.
São ateus, por exemplo, aqueles que acreditam que terra seja plana, são sobras daqueles primeiros homens que negaram o sagrado presente na roda, eram os quadráticos. Há desses em qualquer lugar e negam o sagrado das coisas, cometem blasfêmia ao negar o sagrado das coisas, por que o que vale a essas almas é o sentido que eles atribuem as coisas e não as coisas em si. Esses nasceram mortos, pois não buscam a coisa primeira que é a própria coisa.