ESTAS COISAS DO SUL
Recostada na soleira da janela,a mulher vasculha a tarde de domingo que encolhe-se ao abraço cinzento de céu.
Chove de mansinho e os pingos vão encharcando alecrins ao redor do casebre.
Muge o gado suas solidões de vacas e o cheiro da macega molhada remete-lhe a lembranças distantes .
Em pensamentos, o carroção do tempo lhe deixa entre os milharais de novembro e as leiras espigadas abrem-lhe um túnel nas divagações.
O riso desdentado e manso da mãe, a face enrugada do pai...Um feliz casal a espia-la deslumbrada entre a plantação.
Tudo tão longe !...Tão distante...
Na porta de entrada,um galo rasga agora no bico a cantilena de rei do terreiro.
[ Galo cantando na porta de casa, é prenúncio de visita - já dizia sua avó - ]
Uma ajeitada na gola do vestido de chita, um ligeiro prender de grampos na cascata negra e está pronta para receber as comadres.
Uma baforada no palheirinho. Um pequeno tufo de fumaça desenhando delicados caracóis na tarde chuvosa.
Feito uma fotografia, a beleza cabocla da mulher do casebre,estampa-se no retângulo da janelinha de madeira.
[ Pensamentos voejantes, divagações... ]
Olhar disperso na campina umedecida, uma canção dolente no rádio provocam-lhe saudades "dum não sei quê, dum não sei quem..."
Um nó na garganta e algumas expectativas para dar um tempero naquela angústia benzida de chuvas.
No fogão a lenha,chiam os pinhões de São José.
Chiam no peito as ninhadas de tico tico de sua meninice.
Tudo tão sereno,silencioso,uma quase prece naquela cozinha varrida, cheirando a cidró.
Até que as visitas aportem pelos carreirinhos nestes campos pontilhados de quero queros.
Ah! Estas coisas do Sul !
Recostada na soleira da janela,a mulher vasculha a tarde de domingo que encolhe-se ao abraço cinzento de céu.
Chove de mansinho e os pingos vão encharcando alecrins ao redor do casebre.
Muge o gado suas solidões de vacas e o cheiro da macega molhada remete-lhe a lembranças distantes .
Em pensamentos, o carroção do tempo lhe deixa entre os milharais de novembro e as leiras espigadas abrem-lhe um túnel nas divagações.
O riso desdentado e manso da mãe, a face enrugada do pai...Um feliz casal a espia-la deslumbrada entre a plantação.
Tudo tão longe !...Tão distante...
Na porta de entrada,um galo rasga agora no bico a cantilena de rei do terreiro.
[ Galo cantando na porta de casa, é prenúncio de visita - já dizia sua avó - ]
Uma ajeitada na gola do vestido de chita, um ligeiro prender de grampos na cascata negra e está pronta para receber as comadres.
Uma baforada no palheirinho. Um pequeno tufo de fumaça desenhando delicados caracóis na tarde chuvosa.
Feito uma fotografia, a beleza cabocla da mulher do casebre,estampa-se no retângulo da janelinha de madeira.
[ Pensamentos voejantes, divagações... ]
Olhar disperso na campina umedecida, uma canção dolente no rádio provocam-lhe saudades "dum não sei quê, dum não sei quem..."
Um nó na garganta e algumas expectativas para dar um tempero naquela angústia benzida de chuvas.
No fogão a lenha,chiam os pinhões de São José.
Chiam no peito as ninhadas de tico tico de sua meninice.
Tudo tão sereno,silencioso,uma quase prece naquela cozinha varrida, cheirando a cidró.
Até que as visitas aportem pelos carreirinhos nestes campos pontilhados de quero queros.
Ah! Estas coisas do Sul !