Empatize-se

_ É seis.

_ É nove – retrucava um senhor de chapéu

_ Não, é seis.

_ Não teima comigo, pois é nove!

_ Mas rapaz, “tô” te falando que é seis – retrucava um senhor sem chapéu

_ É nove, não quero mais discutir.

_ Só vejo um seis!!

_ E eu só vejo um nove.

Essa era a cena, que se fazia presente na portaria de um prédio. Vendo aquela cena, resolvi me adentrar no meio da discussão e perguntei:

_ Senhores o que está acontecendo?

O sem chapéu, respondeu:

_ É que esse imbecil, insiste em dizer que isso é o número nove...

_ Mas é um 9! – interrompeu o outro

_ É um seis, uai!

E eu olhando atentamente aquela cena, me vi no dever de interferir. Pedi licença ao senhor de chapéu, o colocando na mesma posição que estava o outro. E o perguntei:

_Que número o senhor está vendo agora?

E o velhinho, com uma cara de espanto me respondeu:

_ Mas que diabos você fez? Pois agora eu vejo o seis.

_ Eu não disse seu velho tonto! – Falou com deboche o outro senhor sem chapéu

E eu interrompi:

_ Calma aí, amigo! Agora venha cá...- disse isso arrastando o senhorzinho sem chapéu e o colocando na mesma posição do outro. E perguntei:

_ E agora, que número você vê?

E ele tão espantado quanto o outro respondeu:

_ Como assim? Agora eu vejo o 9! Não é possível.

E eu dando as costas para eles, me pus a andar para fazer meus afazeres. E quando voltei a noite, eles ainda estavam lá no mesmo lugar:

_ Eu vejo um seis- Dizia o de chapéu

_ E eu vejo um nove- Dizia o sem chapéu

“E assim finalizo meu texto, como diz a minha amada vó...para quem sabe ler um pingo é letra. Espero que entendam a referência e peguem a moral da história”

Amanda Alda
Enviado por Amanda Alda em 25/03/2020
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