Tempos de dúvidas sem fim
Os tempos são difíceis e as decisões a serem tomadas não poderiam ser fáceis. Porém, exigem de um certo homem que todas as suas decisões sejam acertadas. Mas como? O troço é invisível e pouca gente sabe pouca coisa sobre essa coisa invisível.
Eu não sei de nada. Só sei que estou de quarentena, até quando também não sei e nunca pensei, depois de tantos estudos que viveria um momento em que não saberia de nada. O próximo passo, só se for dentro de casa.
Fora nem pensar.
Tem muita gente revoltada hoje e querem impichar o Presidente justamente porque ele, que sabe algumas coisinhas a mais, está tomando atitudes para tentar salvar os que não sabem nada.
Mas tem muita gente contra e querem ficar no lugar dele para fazerem exatamente ou pior o que ele está fazendo.
É um jogo que eu não sei jogar.
E reafirmo que ninguém sabe de nada mesmo nesse momento. Até o presidente da mais poderosa nação da Terra, que a partir desse troço invisível eu fico com dúvidas se são poderosos mesmos, disse o seguinte:
- Não podemos deixar que a cura seja pior que o próprio problema. No final do período de 15 dias, tomaremos uma decisão quanto ao caminho que queremos seguir!
É tão sério isso que o governo russo controla a epidemia no seu território sem interromper as atividades normais da população, enquanto persuade as nações ocidentais a proteger-se por meio da paralisia total.
Na China, onde o troço começou, mais exatamente na cidade Wuhan, as notícias que chegam é que já estão há dois dias sem novos casos e a curva é descendente. Isso é muito bom, é sinal que o troço, se for verdade, já está diminuindo a intensidade.
Por aqui, estamos realmente paralisados sem saber o que fazer. Muita gente sabe tudo e ninguém sabe nada.
E daí eu pergunto: vamos viver em quarentena pelo menos mais 15 dias, no mínimo? Outra coisa que observo nas leituras que faço, esses homens que cuidam de fazer regras para deixar você ir e vir, controlando a sua vida, não sabem o que fazer e quando fazer, quando o troço invisível deixar de apresentar perigo.
O grande perigo, hoje em dia, é você estar com os outros.
O grande perigo é que você é um transmissor de doenças e se sair de casa poderá espalhar a doença, essa coisa invisível, que paira no ar e nas gotículas dos nossos espirros.
Atchim!
Desculpe.
Como tem muita gente mentindo, alguns dizem até que esse troço é arma de guerra, está difícil acreditar porque todo mundo mente, ao informar as suas informações, para a população indefesa.
Ficaram lá atrás os tempos em que acreditávamos no que falava o locutor do rádio.
Acreditar no que falam as televisões, nem pensar. Eles conduzem o discurso e não admito mais isso. O discurso tem que ser o meu discurso.
A chave do problema, e desses tempos de dúvidas sem fim, é que perderam o controle do discurso e querem igualar todos.
Parece que conseguiram: todas as pessoas estão enfurnadas nas suas casas e coitada da juíza que cuida das ações da Maria da Penha, está cheia de serviço pelo que estou sabendo.
Esse é o resultado de um mundo que relativizou tudo e deixa todos nós em tempos de dúvidas sem fim e pergunto: quem vai pagar a conta no final das contas?