CRÔNICA EM UM DIA QUALQUER
Caminho pensativo ante os fatos do momento, coisas que mexem com a vida e com a tranquilidade que todos devemos ter enquanto cidadãos e cidadãs que pagam seus impostos.
Vivemos dias de muita turbulência e as dificuldades aprofundam-se numa celeridade impressionante, muitas vezes debaixo de nossa resignação ou mesmo passividade coletiva.
Mais um ano se passou desde o assassinato da vereadora Marielle sem que haja resolução para o caso, indicando que há gente muito poderosa no fatídico caso. E a pergunta que se deve formular é quando haverá de ser alcançado pela Justiça o mandante? Coincidentemente nesta data morre um expoente da Nova Ordem, um ex-ministro que fora advogado do atual mandatário e seu fiel escudeiro na campanha presidencial, trazendo consigo segredo do momento.
Agrotóxicos são liberados para uso na lavoura que será consumida na mesa dos brasileiros sem que se tenha preocupação com a saúde da população. Tudo sempre em nome dos grandes laboratórios que estão agora robustecendo suas contas bancárias, indiferentes ao que poderá acontecer em matéria de saúde pública num futuro bem próximo.
Os direitos das minorias já não são respeitados e ao referenciarmos tal assunto há os profetas da ruindade a nos rotular de comunistas, esquerdistas e filhos de satã, quando não filhos da puta. É preciso ser profeta, aquele que anuncia a esperança e denuncia a injustiça sem medo por ser esta sua missão precípua.
O próximo pleito eleitoral se avizinha prometendo, como sempre, salvadores da pátria, pessoas de ‘bem’ cheias de muito zelo pelo erário público e ciosas de si mesmas; arvoram-se em paladinos da moralidade desde criancinhas. Quando indagadas sobre seus projetos e como irão implementar políticas públicas eficazes na vida do povo simples, desconversam.
E nesta esteira vamos sendo (des)governados por gente que se apresenta na qualidade de verdadeiros parasitas, chefes de fanáticos milicianos com projetos fascistoides de grosso verniz autoritário, a cada dia de uma arrogância latente a beirar a imbecilidade.
E uma prova disso são as manifestações recentes em favor do fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. Ambas as casas são garantidoras de direitos e a segunda guardiã da Carta Magna de 1988. Atentar contra estas instituições é atacar a democracia enquanto regime, se não o melhor, mas, o mais possível que dá garantias de isonomia a todos.
Andamos sob o signo do medo na defesa de nossas ideias. Expor estas, hodiernamente, causa certo furor em quem não está acostumado em conviver com os contrários. Tudo sempre em nome do combate a uma corrupção que mais parece estar na casa do vizinho. Tudo em nome de um deus que vinga a quem discorde do seu ‘escolhido’ ou o ‘ungido’ do senhor.
E o Deus da misericórdia de quem fala o papa Francisco? Ah! Esse é dos comunistas, ateus que vão pagar no fogo infinito do inferno porque são solidários além da conta ante um deus que deseja punir além da conta.
Avançamos como gente que caminha na longa noite de um inverno intenso que não provoca a inconsciência cidadã, estabelece a inconsistência vã presente nas praças do País.
Enquanto isto bate às nossas portas o coronavírus, como a peste bubônica e bexiga lixa dos distantes séculos XIV e depois XVIII quando vidas foram ceifadas também num Brasil colonial que tinha um rei que não ouvia os reclamos do seu povo.