ARCA DE NOÉ

Faz poucos dias que estou em confinamento. Trabalhei até dezesseis de março 2020, segunda – feira. A priori o retorno ficou para dia 17 de abril podendo ser prorrogado o período de afastamento dependo de como o COVID-19 se comportará. Nos noticiários as informações é que ele se acentuará no mês de abril e que só em setembro começará seu período de decadência. Explica o Ministro da Saúde, Luíz Henrique Mandetta, que a curva de transmissão do cornavírus só terá queda brusca no nono mês do ano.

No meu entendimento isso ocorrerá porque é nessa época que o inverno tem passado e leva consigo suas mazelas, isto é, as viroses sazonais causada pela umidade, tempo abafado, etc. etc. Temos que computar também o empenho do governo, dos profissionais de saúde e de todo a população para vencer esse mal. Cada um fazendo a sua parte poderemos superar com mais segurança, rapidez e com menos prejuízo todo esse grande problema.

Somos acostumados a passar bastante tempo fora de casa. Grande parte no trabalho, outra parte em restaurantes, lanchonetes e se não é para comer é para viver, quero dizer, nas academias preservando a saúde do corpo ou em lugares divertidos como cinema, pub, shows, praia, para assegurar a saúde da mente.

De repente mudamos a nossa rotina. Para evitar a multidão onde pode facilmente se propagar o vírus a recomendação é ficarmos o máximo tempo dentro de casa. E o que fazer? Depende da criatividade de cada um.

Assim, fiz tour pelo meu jardim e pelo meu pomar e me dei conta que tenho mais de vinte árvores frutíferas: coqueiro, acerola, manga, sapoti, seriguela, carambola, caju, açaí, laranja, abacaxi, amora, pitanga, jaboticaba, bananeira, etc. Aproveitei também para ler bons livros. Estou lendo agora “Simples Assim” de Martha Medeiros. Foi um presente que ganhei e gostei. Tenho outros na fila. Também dei uma arrumada no guarda-roupa, nas gavetas e para amanhã já tenho outros planos. Tirei do baú o saco de linha e vou fazer crochê. Acho que por uns dias essas atividades estão diversificadas e interessantes.

Estamos vivendo momentos difíceis no mundo. Estados Unidos, Europa e em toda parte a situação é preocupante. O medo exacerbado dessa pidemia faz sentido. Uma doença respiratória que tem se propagado rapidamente causando mortes. Porém, não adianta pânico e desespero. Basta que cada um faça sua parte com responsabilidade e ore para superarmos tudo isso.

Já escutei de pessoas que estão gostando de passarem mais tempo no seu lar doce lar, algumas estão na cozinha fazendo pratos sofisticados, outras assistindo filmes em família, aproveitando do aconchego com os filhos e assim a vida segue.

Esse também é um momento de reflexão para compreendermos que estamos igualmente sujeitos a certos males. Tempo de agradecer por termos superados essa situação pelo menos até agora sem ter contraído o vírus. Pedir ao Pai que nos abençoe e faça com que o Brasil vença essa batalha o mais rápido possível.

A grande preocupação também são os prejuízos que ela vai deixar. Na educação que provavelmente o semestre será cancelado, o comércio sofrerá grande penas e os trabalhadores de um modo geral já estão sentindo as consequências desde agora.

Para muitos é difícil cumprir esse confinamento. Retirá-los das ruas está sendo preciso medidas drásticas como multa, punições e até reclusão. Esses não entenderam a gravidade do problema e não descobriram uma forma agradável de passar o tempo. Paciência! Queremos escapar do dilúvio. Ninguém deverá sair da Arca de Noé, para o bem de todos e felicidade geral da Nação e do Mundo.

Maria Dilma Ponte de Brito
Enviado por Maria Dilma Ponte de Brito em 23/03/2020
Reeditado em 24/03/2020
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