Carta Fechada
Lá está a miragem nas pedras marcadas, o contorno da estrela que sigo, das noites conflituosas, onde nos atraímos pelo fogo, e nos desprezamos, acreditando tolamente que seria a última dose de nós. Sua presença é uma lenda com testemunhas, sua voz se dissipa em minha mente barulhenta, que cautelosamente esconde seus fragmentos, imaginando utopias. Você retorna aos meus sonhos me castigando pelos pecados que atravessaram seu ego majestoso. Trago venenos me perdendo nos caminhos por onde vaga meus pensamentos, pintando as paisagens que gravaram seu rosto, respirando nostalgias do universo que não criei para nós. Seu amor é tudo o que a minha vaidade não dominou, enquanto oscilava entre voar e me acorrentar aos teus pés. O som do seu silêncio é uma mancha que os espelhos não me deixam esquecer. Houve tempos que meus sussurros eram portais para nosso encontro, e os teus minha rendição. Estou de longe velando o seu vôo, segurando a pedra azul como um amuleto, esse é o meu segredo.