Um dia outonal
Ao som de Dominguinhos, “O que aconteceu menina?”
Hoje posso dizer que foi um dia legal. Já me desculpando pelo excesso de simplicidade na escolha do adjetivo. Mas, foi bem legal mesmo. Srta. F e eu acordamos por volta das onze horas da manhã, depois da gente ter se levantado da cama várias vezes para ir ao banheiro, dar vazão às necessidades prosaicas, xixi, cocô e peidos.
Aí a gente tomou um café de cafeteira, bem forte e escuro. Numa xicrinha branca o meu, o dela, em uma caneca maior, Srta. F derrama leite no café e umas minguadas colherinhas de açúcar, enquanto tenta me hipnotizar batendo e girando a colher em sua caneca de porcelana, como naquele filme “Corra”, a gente ri. Um pedaço de chocolate Lindt 95% amargo, parece um pedaço de sebo, sem gosto. Srta. F comenta espirituosa que só mesmo tacando uma porção de açúcar para ficar bom. O rapazinho que trabalha no quiosque da Lindt, ensinou a que este tipo de chocolate fica gostoso de verdade, quando mordido e mastigado depois de um gole de café. Minha opinião? Não gostei, mesmo assim! Srta. F e eu temos em comum o fato de adorarmos chocolate.
Após este frugal e insuficiente café da manhã, fomos até o apartamento de meus pais, para almoçarmos. O dia estava bastante quente, o sol ardia, nem parecia que grassava o outono, com temperaturas acima dos 33 graus Celcius. O céu encontrava-se, naquele instante em que olhei para ele, em um tom pálido de azul-real. A gente almoçou finalmente. Com fome, comemos arroz, frango assado ao forno, coxas, peito e lá do sítio de Embu-Guaçu, uns vigorosos rolos brancos, carnudos, macios de palmito.
Depois, no começo da tarde, tomamos mais uma dose de café expresso de máquina, cápsulas 3 corações “Supremo”, cor laranja. Deitamos em minha cama de solteiro, apertadinhos, (rolaram algumas sacanagens, mas estão descritas em outro diário) assistimos ao documentário “Democracia em Vertigem”, entre um beijo e outro defendíamos o presidente Lula e a presidenta Dilma, com expressões do tipo “que fofos!” e “quanta altivez em suportar o golpe!” ou “Temer, vampiro conspirador!”
Deu tempo, ainda durante a tarde, de me divertir vendo o “peru” que o Cássio engoliu no chute do Ganso do Fluminense. Srta. F foi embora de táxi, solicitado pelo aplicativo de seu celular, ela ainda iria à missa na Igreja Nossa Senhora Achiropita, eu ao culto na Igreja Betesda. Nos separamos com uma rápida beijoca na Avenida Interlagos, enquanto o táxi preto a esperava, prometemos nos falar para combinar a semana, na sexta ir ao show do Wander Wildner e sábado, ir à Boituva.