Adeus, meu sabiá!
O homem caminha na contramão da natureza, tantas coisas acontecendo; as pessoas adoecendo, morrendo, e a terra sangrando. A maioria dos inventos humanos vão contra ele; não por que são um desastre; é que o homem tem uma tendência suicida, destrutiva e predatória. Não é um bom gestor dos recursos financeiros, que dirá dos recursos naturais. A vaidade humana foi além; o homem quis ser Deus, e manipulou os elementos naturais. Bancou o mago fazendo alquimia e poluiu o ar e a água; contrariando as premissas de Paulo Coelho. Brincou com o fogo e não se queimou, nem fez xixi na cama; mas deixou a mata em chamas. Também, não soube sentir o poema de Camões, pois o amor é fogo que arde sem se ver. Invadiu a terra, arou, plantou e colheu, mas não cuidou. A ganância fez com que ele acumulasse mais do que precisava; desmatou florestas, expulsou e dizimou famílias inteiras; tornou-se dono do que não era seu e não merecia. Hoje, curte Goncalves Dias, canta a canção do exílio, sente nostalgia. Virou um sem terra e adeus sabiá; sem teto e sem palmeiras, não tem uma rede preguiçosa para deitar; tampouco, ouvir Roberta Miranda e imaginar a sinfonia de pardais cantando para a majestade, o sabiá. O homem pode até engarrafar a sua glória, menos o planeta.