Se fosse em RAW eu tinha salvado
Eu to confusa. Tem dor em mim, tem medo, escuridão, e tem doença. Tem sangue. Tem coisas que eu já não entendo mais, e talvez nunca vá entender. Eu estudo muito. Eu não me estudo. Por que eu estudo?
E aí eu vi algo, uma luz. Uma lente. Uma figura. Uma imagem na minha cabeça. Era um elevador escuro, e uma câmera, e você. Me abraçando. Abri a foto e dei zoom. Eu tava feliz. Eu tinha coisas que me deixavam feliz. E com medo. Amar assusta. Aprender assusta. Começar o que eu quero me assusta. Eu amo imagens. Eu amo as cores. E eu estou amando.
Sonhos, desenhos de infância, brincadeiras de criança. Estão se realizando. Acontecendo. Só espero que não aconteça uma das coisas que pedi. Ser normal.
Eu queria ser fotógrafa. Advogada. Escritora. Professora. E normal. Eu não sabia de nada. Não dá. Não sou. Não serei. O resto sim. Isso não.
Normal.
Professora.
Advogada.
Escritora.
Fotógrafa.
Eu.
Tem dor aqui dentro. Mas no elevador eu ganhei um curativo.