Ah, a estatística

NUNCA tive maiores intimidades com a estatística e nem, claro, com a matemática. Nem tampouco com as letras. Mas sempre fui - e sou - um enxerido. Faço minhas continhas, sem máquina de calcular e escrevo à amão ou numa velha Olivetti as minhas maltraçadas. Sou mesmo um caçador de ticacas teimoso. Só isso.

Mas noque concerne (palavra de domingo) à estatística tenho um irmão que é cobra criada na matéria. É professor de Física. Ele às vezes lê minhas arengas aqui no RL. Lê e ri muito, principalmente das reminiscências. Mas domingo (ou foi sábado?) disse algo que fiquei meio intrigado. Ele disse que meu desempenho é ainda medíocre. Que não é ruim, mas medíocre. Não me assustei, sou medíocre em quase tudo, mas perguntei qual o critério que ele usara (que régua e compasso) para medir o desempenho e concluir que ele era medíocre.

O irmão riu e disse que eu tinha visto ele usar a maquininha de calcular. Esclareceu: durante cinco anos você escreveu 4.927 textos e houve 180.438 leituras. Basta dividir o número de leituras pelo de textos que dá quase 37 por dia. Se você escreve três textos por dia, a média de leitura e cem, às vezes mais e às vezes menos. Um desempenho menor do que a gente tem no face. E foi adiante, mas você poderia melhorar o desempenho colocando aos textos no face ou inflando artificialmente, mas não vai fazer porque seria contra seus princípios. E disse que eu estou certo.

Depois que ele saiu fiquei pensando o quanto sou ignorante, nunca pensara nessa estatística. Mas, na verdade, ela não serve ara nada, não tenho mesmo nenhuma vaidade de ser campeão de audiência, prefiro meu desempenho medíocre. R priu. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 16/03/2020
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