COMPREENDER AS AMEAÇAS.

Estamos no limiar da Páscoa. Festa da Ressurreição.

O Senhor queria a ressurreição do mundo, onde fosse possível caminhar em sua senda ensinada “ab initio”. Espalhando boa vontade e amor fez crucificar seu Filho. Em vão. Essa era a esperança que pretendia não aceita pela Nova Aliança com a chegada do Messias martirizado.

Nada se vê de próspero como a história nos conta. Nenhum avanço de progresso espiritual se estabeleceu como mínimo a configurar paz para a humanidade, ou ao menos a não sonegação da dignidade do ser humano.

Guerras recrudescem, mata-se a infância inocente exortada a “deixai vir a mim as criancinhas” pelo Jesus de Nazaré, o maior Ser que pisou este planeta.

“Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém, porque chegou a tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor. Eis que está a terra envolvida em trevas, e nuvens escuras cobrem os povos; mas sobre ti apareceu o Senhor.”Isaias 60,1-6.

Nas horas de aflição, com a “terra envolvida em trevas e nuvens escuras”, asas negras pairam iminentes e se abatem em ameaça sobre todos, vindas de misterioso plano do Desconhecido. Em total envolvimento os olhos humanos miram o Senhor. É a Força que nos falta. É preciso ler nas entrelinhas as mensagens lançadas. COMPREENDER.

Um alerta? Mais um de tantos não atendidos?

Um hiato para repensar o todo que se une para resistir e ofender essa Força e Primeiro Movimento que nos deu vida e mostra que ela é nada?

E o Senhor se revela em vários momentos, e de várias formas. Mostra que na força não há fragilidade. Nem medo, nem recuo, mas fé na solidariedade, na caridade e na Sua misericórdia, a mesma força que traz a ameaça faz sua cessação, pois tudo Dela promana. Na natureza tudo se completa.

A mesma Força que nos deixa existir na breve passagem, ver o sol a cada dia, cantar a vida e a temperança de uma pequena sabedoria pela Força comandada, lega a esperança e lembra que temos um breve tempo por aqui.

Que seja radioso, prestador de serviço, solidário na necessidade, dividindo o pouco que tem ou sabe, iluminando as densas escuridões que pela disfunção semeiam desordem e divisão, sem condições de enxergarem ainda que tenham olhos. Essa a pior das cegueiras, não observar o padrão do bem, faz muito, ensinado e ignorado.

Para as sociedades antigas – igualmente para o povo judeu - na chegada de um novo rei, despontava no céu uma esplendorosa e nova estrela. O nascimento de Jesus foi ignorado até hoje por toda sorte de vícios da personalidade, do ódio à inveja, passando pela absoluta indiferença aos direitos humanos.

A Estrela muitas vezes abre um lapso para turvar o céu e mostrar piedade quando muito, e deixar visível a ordem da natureza.

A estrela desaparece quando os magos chegam a Jerusalém, a alertar que não estava ali o verdadeiro Rei, mas sim o futuro matador de crianças, Herodes.

Quando se afastam de Jerusalém a estrela reaparece e guia os “Magos” até Belém, terra natal de David, o grande rei justo, e paira sobre o sítio, plena e fulgurante, inigualável, onde intenso luzeiro, ainda que recusado pela humanidade até hoje, se mostra grandioso, o filho de Deus, o Profeta do amor, Jesus Cristo.

Como novos Herodes, senhores da guerra, negam a Luz do Bem, que é de todos, e matam-se crianças e aglutinam-se todos os males.

A dor da morte está e fica insepulta. Crianças são os mortos que os vivos não esquecem!

Estamos assistindo mais uma advertência dos tempos.

Até quando não compreenderemos.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 16/03/2020
Código do texto: T6889064
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