MEDO
 


Há cerca de três meses ouvimos falar de um vírus, com sintomas semelhantes à gripe, que provocava enormes danos na saúde das pessoas em determinada zona da China, mais concretamente na cidade de Wuahn. 
Tudo isso nos passava um pouco ao lado, pois esse enorme país está situado do outro lado do mundo.
Entretanto, os danos pessoais foram crescendo e estendendo-se a países limítrofes, ainda no oriente, mas longe da Europa e outros continentes. Os mortos e pessoas infetadas aumentou exponencialmente e o respeito dos ocidentais por essa enfermidade também  cresceu e se dissiminou.
Presentemente, são vários os países afetados pelo COVID-19, não só na Europa, embora a maior fonte de preocupações, a Itália, a Espanha, a Alemanha e a França apresentem números preocupantes, motivando restrições à liberdade de movimentos, impondo quarentena total em muitas cidades.
A União Europeia pondera o encerramento de fronteiras, restringindo fortemente a circulação de pessoas, ao contrário das leis comunitárias vigentes.
Também os Estados Unidos da América, e outros tão dispares como a Austrália, o Nepal ou o Paquistão, estão a ser afetados, mais ou menos de forma significativa.
Trump, como sempre arrogante, perante a pressão da opinião pública, acabou por reconhecer o perigo do vírus e decretou a suspensão de voos entre os States e toda a Europa, tendo inclusive reconhecido que faria o teste de despistagem da doença.
Entretanto, os cidadãos portugueses constataram finalmente a gravidade da situação, com o número de internamentos preventivos a motivar a declaração de incapacidade das autoridades de saúde pública em fazer face ao problema. Nestas situações, o lado mais negativo do ser humano vem ao de cima e os açambarcamentos ocorrem de forma algo incompreensível – papel higiénico, desinfetante e alimentos não perecíveis, caso dos enlatados, desapareceram das prateleiras dos supermercados. Também a irresponsabilidade acabou por ser reprimida, pois nestes últimos dias registou-se grande afluxo a praias, sobretudo por parte da juventude, sendo decretada a proibição de frequência, sob pena de multas pesadas e inclusive detenção preventiva por desobediência civil.
E sobreveio finalmente o medo – ruas e estradas desertas, poucas pessoas na rua, mesmo em dias úteis. O trabalho on line, sempre que possível, é privilegiado, e o Estado paga até 2/3 do salário a título de compensação. Promessa? A ver vamos...
Em Portugal, os dados do dia 14/03 apontam concretamente para os 169 casos, isto só na semana que agora termina, pelo que se desconhece se as medidas tomadas, de encerramento de escolas, restrição de grupos e frequência de bares, supermercados e restaurantes, suspensão de eventos desportivos e outros, irá dar efetivo efeito.

Soube há minutos da ocorrência de dois casos  positivos perto da minha residência, um deles  meu amigo de infância. 
Confesso sinceramente que o panorama é assustador, pelo que as pessoas não estão seguras, estamos todos nas mãos de Deus.
Espero que as recomendações das autoridades surtam efeito, nomeadamente a frequente lavagem das mãos, evitar atos de socialização tais como o beijo na face ou o aperto de mão, a aglomeração de pessoas em espaços abertos e/ou fechados, e sobretudo, só sair de casa em caso de absoluta necessidade, pelo menos possam minorar os efeitos desta pandemia, algo que não tenho memória de ter ocorrido, com estas dimensões e efeitos.






*  VA TUTTO BENE é uma mensagem de esperança que circula na Itália, de resiliência face aos graves efeitos da pandemia neste país e no mundo. 




 
Ferreira Estêvão
Enviado por Ferreira Estêvão em 14/03/2020
Reeditado em 15/03/2020
Código do texto: T6887955
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