ESTOU FICANDO VELHO

Estou ficando velho. Comecei a desconfiar disso fazem uns dois anos atrás quando numa conversa sobre tomar café com ou sem açúcar alguém me sugeriu substituir aos poucos o açúcar pelo adoçante e depois ir diminuindo o adoçante até tomar o café sem ele. Respondi que achava muito ruim café preto com adoçante, parecia Olina. Os jovens que estavam ao meu redor ficaram mudos como se eu tivesse citado algum unguento bíblico tal como mirra ou cicuta. Ninguém sabia sequer o que seria Olina. Fiquei até com vergonha do meu comentário.

Hoje a petizada (outra palavra retrô) de menos de 20 anos de idade, bom, não é que elas tenham opiniões e pontos de vista diferentes dos nossos, na verdade eles têm ideias completamente diferentes. Para se comunicarem criaram um dialeto próprio, recheado de interjeições e emojis , que usam entre eles, para expressar seus sentimentos de alegria e de tristezas, de contentamento e desprezo, difícil de se entender...

Esses dias um gurizão, meu vizinho, ficou boquiaberto (outra retrô) ao saber que eu assistia, ao vivo, corridas de fórmula 1 com o Ayrton Senna. Em uma comparação simplista seria como se eu, de repente, descobrisse que meu pai viu Nero nas corridas de biga.

Por falar no meu pai, quando ele e a mãe completaram 25 anos de casados (eu tinha lá meus 10, 12 anos), meu Deus, que susto eu levei. Eu pensava que minha mãe tinha 25 anos de idade, não de casada. Eu achei aquilo algo inexplicável como se eles fossem algum tipo de casal pré-histórico casados desde o início dos tempos. Nas minhas ideias de criança eu imaginava que a vida para eles já estava no fim. Hoje eu me encontro nesta situação.

O engraçado é que eu não me acho velho, melhor dizendo, ninguém se acha velho. Quer comprovar isso é só perguntar para um sessentão se ele se acha velho.

Um colega de profissão, dentista também, colocou aparelho ortodôntico em uma senhora de 90 anos de idade. Na consulta seguinte perguntou a ela se tinha se acostumado com o aparelho que é sempre um pouco desconfortável nos primeiros dias após sua instalação, ela disse que estava tudo “legal”, só estranhava um pouco quando mascava chiclete.

Dizem que a idade está na cabeça, no que eu concordo plenamente, mas as vezes a cabeça não ajuda na renovação do vocabulário, aqueles termos velhos que aprendemos quando criança nos acompanham pelo resto da vida. Os velhos hábitos não desgrudam da gente, a velhas histórias, os bons momentos vividos, enfim experiência é tudo.

Pena que só a adquirimos depois de muitos anos de vida. Pergunte para um jovem sessentão.

Pra quem não conhece:

Olina Essência de Vida® é um auxiliar digestivo, indicado em casos de má digestão causada por excessos alimentares.