SUCESSO AOS FILHOS COM QUEM QUE VAMOS CONVIVENDO

Compartilhar um espaço de 1,60 m de largura, por 2,0 m de comprimento, durante alguns dias, requer paciência, confiança e camaradagem. Este espaço era o de uma barraca militar. Pior quando, por facilidades na organização do material, divisão de tarefas este espaço era compartilhado por 3 militares. Coisas que não estavam nos manuais, mas certamente no bom senso, tais como, quem saia primeiro se fosse ordenado reunir tinha que ser acordado, sob pena de desmanchar a barraca.

Assim lá pela primeira metade dos anos setenta do século passado, por dois anos, nós três dividimos a mesma barraca.

Depois, embora torcêssemos por times diferentes, desenvolvemos excelente entrosamento dentro da quadra de futebol de salão, ao ponto de realizarmos tabelas, sem ao menos estarmos lado a lado.

Na caserna acabei exercendo liderança sobre um deles, mesmo com a personalidade forte que ele tinha. As nossas famílias tornaram-se amigas. Costumeiramente ele pedia-me opinião sobre suas decisões.

Os anos passaram-se e nos distanciamos, até um reencontro virtual a pouco mais de cinco anos.

Só ontem notei a ausência dele, do meu círculo de amizades, então perguntei para alguns amigos em comum, se sabiam notícias do desaparecido.

Ele separa-se e agora estava vivendo um novo e verdadeiro amor (conforme palavras dele).

Ora, aquela liderança que exerci na caserna era muito mais, era quase que uma relação de pai e filho e talvez por isto ele, por vergonha de ter formado uma família de 50 anos onde tiveram três excelentes filhos, só agora vem dizer que viverá um verdadeiro amor. Digo isto, pois por muito tempo não tive coragem de fumar na frente de papai.

Será que aquele amor de quase cinquenta anos não foi verdadeiro?

Torço que todos os amores, que ele viva sejam verdadeiros!

ItamarCastro
Enviado por ItamarCastro em 13/03/2020
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