Pelo direito de amar e ser feliz*
Deveria ser pouco mais de 6h30 da manhã.
Poucas pessoas havia na avenida que vem da BR 101, algumas caminhavam em seus exercícios matinais, outras caminhavam rumo ao trabalho ou ao ponto de ônibus, mas ninguém estava parado.
Eu estava dentro do carro. O dia estava nublado, acinzentado e as nuvens pesadas não permitiam ao Sol mostrar seu resplendor amarelo.
Olho de longe dois rapazes, ambos de calça e camisa. À medida que me aproximo, noto que estão de mãos dadas. São um casal.
Penso imediatamente na coragem de ambos. Sim, infelizmente, um casal homoafetivo deve ter coragem para demonstrar sentimentos, toques e carinhos tão naturais aos héteros.
Caminhando entre outros transeuntes, provavelmente indo também trabalhar pelas roupas mais formais, mãos coladas em um corajoso manifesto silencioso pelo direito de amar e ser feliz.
De repente, como um holofote que se acende sobre artistas no palco, o Sol brilha novamente!
Jefferson Farias
*Publicado originalmente em https://ocronistainutil.wordpress.com/2020/03/12/pelo-direito-de-amar-e-ser-feliz/