Coronavírus e o quarto cavaleiro

                 Vi aparecer um cavalo esverdeado
                                       Seu cavaleiro era a morte.
                                                         Apocalipse 5-6

Qual o projeto de Deus na história? João, em sua terceira visão, viu o livro - evangelho - na mão direita do Divino, lacrado com 7 selos. Estava tudo escrito lá. Um anjo forte provocou: “quem é capaz de romper os selos e abrir o livro?”. Nenhum voluntário. João chorou e um dos 24 anciãos o consolou: “Pare de chorar!” e apontou o cordeiro de 7 chifres e 7 olhos – o próprio Cristo morto e ressuscitado – “Ele é capaz de romper os selos e abrir o livro”. Ao ser aberto o primeiro selo, um dos 4 cavaleiros gritou em voz de trovão: “Venha!”. E apareceu o cavalo branco representando a ambição pelo poder e conquista; depois o cavalo preto da guerra e competição; o vermelho representado a fome e por fim o quarto cavaleiro chamou o cavalo esverdeado, representando a morte. O exército estava completo.

Apocalipse! A imagem, o símbolo, o arquétipo. Quem não conhece a história bíblica dos 4 cavaleiros - a encarnação do mal na história - destinados a exterminar a humanidade perdida, à exceção dos fiéis com a marca na fonte?

A imagem do apocalipse aflorou em minha memória no fatídico 9 de março, o dia que anunciou de novo o armagedon – batalha final de Deus contra os iníquos governos humanos.

Durante este dia fui bombardeado por informações de todo calibre, de toda parte deste pequeno e acrônico mundo. Analistas e repórteres eufóricos e apocalípticos atualizando a cada momento os mortos e os números do crash da bolsa.

Alguns anunciando “o final dos tempos”, outros, como Pepe Escobar, muito entendido nas intrigas das nações, encaixando os fatos que nos levariam ao caos. Influenciável que sou, imaginei o pior. Como o Santo, tive uma visão. Vi Deus, o cordeiro, os 24 anciãos, os 4 cavaleiros e anjos de apoio assistindo a tudo e na iminência de realizar a profecia. Tive medo de não estar entre os escolhidos. Minha marca na testa, muito forte na infância, enfraqueceu com os anos. Um quadro cristalino de toda nossa vã realidade apareceu à minha frente. Analisemos cavalo por cavalo.

Cavalo branco – A ambição doentia e irracional das nações pelo poder, pela riqueza maior dos já ricos. Meios insanos para fins insanos. Que povo dá poder a Trump, Putin, Bolsonaro no nosso quintal...? E Mohammad bin Salman, o príncipe ditador, que povo o tolera? Trava-se agora a guerra híbrida e silenciosa entre EUA e o eixo do “mal” Rússia, Irã, China. O cavaleiro branco com a coroa na cabeça marchará implacável sobre nós.

Cavalo vermelho – Até a infinita tolerância de Deus tem limites. A comitiva celestial viu passar pelos governos do mundo todas as guerras. Ápice da bestialidade humana, terror dos terrores, a revelar em cada ato sangrento, o erro da criação humana. De Pepe Escobar, a notícia dos bastidores: o Coronavírus, arma da guerra biológica, nasceu num laboratório dos EUA (teoria da conspiração?). Como duvidar? Não há limites para os insanos da Guerra Híbrida. Transbordam os motivos para o segundo cavaleiro, de espada nas mãos, agir e armar a última e mais terrível das guerras.

Cavalo preto – No início dos tempos Ele fez o Éden. Em toda terra Ele planejou o Paraíso. Mas eles pecaram e perseveraram no pecado. Inventaram a pobreza, a desigualdade, a fome. Inventaram o capitalismo financeiro para afundar ainda mais na miséria, os povos. O cavaleiro apareceu com uma balança para racionar o trigo até o limite da fome para todos.

Cavalo esverdeado – Deus deu para este cavaleiro grande poder. Que matasse por todos os meios. Pela fome, pela peste e pelas feras da terra. E o cavalo saiu na frente dos outros espalhando o vírus, o Coronavírus até à pandemia.

A pergunta agora não pode ser outra. E nós os povos da terra em tempos de comunicação ilimitada, o que faremos com este maligno mundo que nós próprios construímos? Que faremos para tentar frear o galope devastador destes 4 cavaleiros? Um mundo sem nenhuma perspectiva, comandado por psicopatas, estrategistas do caos, egomaníacos contumazes avessos a todos nossos sonhos de igualdade, equilíbrio ambiental, tolerância, paz?

É hora de voltar a um clássico do século XVIII, Emanuel Kant. Já na maturidade e preocupado com os rumos da humanidade, Kant escreveu o pequeno livro “Paz Perpétua entre as Nações”. Neste mundo imaginado por ele, uma confederação mundial entre os países, era dado às pessoas assim como às mercadorias, a livre circulação. Acreditava Kant que a humanidade iria acordar para novas formas de
convivência mundial em momentos de crises terminais, a espécie em perigo de autodestruição. É o que se vive hoje. Em tempos em que os vírus se globalizam, a inteligência humana deve seguir o mesmo caminho.
Povos do planeta: rebelai-vos e Uni-vos!