A preocupação de Teodoro com a Bolsa de Valores
Visito o velho Teodoro pelo uma vez por mês. Gosto de sua interação e do café gostoso de sua esposa, receita herdada de seus pais mineiros.
Conversa vai, conversa vem - enquanto o café era preparando exalando aquele aroma gostoso, Teodoro me perguntou como funciona a tal Borsa de Valores. Respondi que era um assunto complicado, que até quem está diretamente envolvido não consegue explicar.
- Veja bem, disse-me – se alguém importante morre, as borsas caem. Quando um príncipe (lá da Inglaterra) se casa, a borsa de llá sobe. O que irá acontecer quando a rainha deles morrer? Dizem que ela é muito rica...
- Quando descobriram que aquele brasileiro (Carlos Ghosn presidente da Renault-Nissan) havia roubado (fraude fiscal na Bolsa de Tóquio) as borsa do mundo inteiro caíram. Vi na televisão. Mas o que nós temos a ver com isso?
- Tem razão, Teodoro.
E foi me colocando contra a parede. Nem quando o café foi servido e tentei fugir do assunto, ele deu folga.
- Aquele presidente americano fala bobagem todo dia, perde assessores toda semana e a borsa de lá fica igual. Quando um chinês manifesta alguma coisa sobre exportação - aquele rolo deles, as borsas do mundo todo caem...
- Bem observado, Teodoro
- Quando o Borsonaro tava quase eleito, as borsas daqui caíram. Quando foi confirmada sua eleição, caíram mais um pouco e dali uns dias tudo ficou igual. Agora tem essa coisa do vírus que vem de ‘carona’ e a tal de borsa tá subindo igual um foguete.
- Loucura isso Teodoro.
- Minha loucura?
- Não Teodoro. Esse negócio... (e veio mais uma xícara de café)
- Me diga uma coisa: quando o Lula morrer as borsas vão cair?
- Isso não tem nada a ver, o Lula... (interrompi por não saber a resposta)
- Como não? Borsa não envolve dinheiro?
- Envolve. Envolve muito dinheiro.
- Então?
- Vai cair num dia e uma semana depois volta a se normalizar. Igual aconteceu com a eleição do Bolsonaro.
Com esse meu argumento bobinho o Teodoro deu por encerrada a discussão. Não sei até quando.