Tatuados na sexta extinção
A espécie Homo sapiens surgida há 350 mil anos na região leste do continente africano e que adquiriu o comportamento moderno 50 mil anos atrás, sabe pouquíssimo do que aconteceu nos 4,5 bilhões de anos do planeta Terra.
Os motivos são muitos. Vão de religiões e crenças, até um ensino de péssima qualidade. Infelizmente parece que o conhecimento tem a aparência de um vírus mortal. A maioria tem o temor de ser contaminado. Então preferem as lendas “sagradas”.
Se o conhecimento fosse a principal religião do planeta, creio que não nos deixaríamos tatuar na sexta extinção em massa. Que vem se acelerando justamente pela ação dos humanos. Nunca antes na história deste planeta, o processo da extinção das espécies foi tão rápido.
Antes do Homo sapiens se achar dono de tudo. De se autoproclamar criação divina com uma alma ou espírito embutidos, a vida no planeta Terra teve início, prosperou e foi extinta pelo menos outras cinco vezes. Quando falamos em vida, devemos tomar muito cuidado para não fazer confusão. Sem essas extinções, certamente não estaríamos aqui.
A primeira extinção em massa ocorrida no nosso planeta aconteceu há 550 milhões de anos no Período Cambriano. As espécies afetadas foram os ancestrais dos insetos e os aracnídeos. O motivo foi a redução no nível dos mares e mudanças nas correntes marítimas. No Período Ordoviciano 110 milhões de anos depois, a segunda extinção em massa atingiu os invertebrados marinhos. A culpada. Uma glaciação.
Há 365 milhões de anos no Período Devoniano aconteceu a terceira extinção em massa no planeta. As vítimas foram os peixes. A causas foram aquecimento seguido de um glaciação e redução do oxigênio nos mares. O período Permiano veria a quarta extinção em massa há 145 milhões de anos. Extinguiu os répteis anteriores aos dinossauros vitimados por um derramamento de lava onde hoje é a Sibéria. A maior das extinções.
A mais famosa de todas as extinções em massa no planeta Terra ocorreu há 65 milhões de anos no Período Cretáceo. As consequências do impacto de um asteroide com mais de 10 quilômetros de diâmetro no Golfo do México dizimaram os dinossauros. Aquelas criaturas “fofas” que o cinema recriou depois do livro escrito em 1990 por Michael Crichton.
Atualmente está em curso de modo acelerado a sexta extinção em massa. O período atual é chamado de Holoceno. Plantas e animais são as espécies que estão sendo extintas. A ação dos humanos na destruição dos habitats é a principal causa. As mudanças climáticas vêm na sequência. Nos treze capítulos de “A Sexta Extinção”, a jornalista e escritora americana Elizabeth Kolbert narra de que maneira a sexta extinção em massa se desenrola silenciosamente. Exatamente quando alguém deveria gritar.