A menina, a mulher e a estrela

Mulher já feita, Estela, toda noite ia até a janela, e a menininha que havia dentro dela, olhava o céu à procura de sua estrela favorita.

Adorava, desde sempre, observar o firmamento pontilhado de pequenos brilhos. Mas, tinha suas preferências e uma estrela em particular lhe chamava a atenção. Desenvolveu por ela uma simpatia que se transformou em admiração. Seu brilhar era diferente das outras. Sentia como se ela fosse sua amiga pois, cada vez que havia um problema e ela observava o céu, desde pequena, sua estrela favorita lhe enviava mensagens de ânimo através de seu pulsar brilhante.

Naquela noite, porém, a estrela não brilhou como antes. Brilhava, mas não lhe transmitia nenhuma sensação ou mensagem. Era como se estivesse triste ou fosse só uma interpretação vaga de algo que já não era.

A estrela estava calada.

- Será que é culpa do biorritmo estelar? - pensou, tentando trazer um pouco de bom humor àquela situação.

Mas, aquilo não a deixou deprimida, não! Era só um silêncio. E Estela estava habituada a momentos mudos que transmitem mais verdades do que a obrigação das palavras.