ARTE. CULTURA. EXPRESSÃO. REGINA DUARTE.

O que é cultura que ontem obteve um nome para comandá-la, que ao menos, se sabe, é forrado de lisura por tudo que representou na cena brasileira.

Novela com repercussão no mundo egresso do Brasil pontifica na Europa. Nenhum país desconhece a força de nossas novelas, e o cenário artístico desse longo braço de cultura brasileira se deve às novelas. Me lembro quando na Europa quando já finda à época a novela “Roque Santeiro”, anos 80, com Regina Duarte, um motorista de táxi vendo que falávamos em português (do Brasil), eu e minha mulher, perguntou se conhecíamos a novela e como seria o fim, já que estava no meio em seu país. Disse que o desfecho perderia a graça, mas quis saber, e foi por nós contado.

Tive contato com esse povo de novelas, principalmente artistas da Globo, muitos, em palestra no Ministério da Educação sobre direitos autorais, e justamente nesse ponto, direitos sobre novelas que eram vendidas para o exterior, fui indagado largamente sobre a participação; esclareci então.

Devemos muito, a cultura brasileira deve, a essa projeção no mundo de nossas artes cênicas aos artistas de novelas. Se nosso teatro é frágil, essa espécie de teatro é fortíssima, novelas.E em termos de direito pouco é destinado ou nada para as atrizes e atores na venda desses direitos. Resulta da contratação, ou nasce da própria lei não havendo ressalvas, dificilmente existem, o artista nada recebe pelo contrato que a lei regula. O produto é do contratante. Questão entre as partes quando da convenção contratual que sempre deve estar assistida de advogado especializado.

“Tudo vale a pena se a alma não é pequena”; a frase é de Fernando Pessoa, todos sabem.

Na arte brasileira a alma tem sido mais que pequena diante da expressão artística mutilada que captou de maneira imprópria muitos fundos para benefício pessoal. Uma vergonha que os beneficiados não têm. Estão convocados a devolver milhões.

As fraudes e os números mostram que a Lei Rouanet foi paraninfa do despropósito em favor pessoal. Escândalos multiplicados abertas as gavetas do desvio. Está no domínio público. Coloquem na internet, Fraude, “Lei Rouanet”, e verão o alcance. Um dos muitos verbetes:

“MPF oferece 27 denúncias à Justiça Federal de SP por fraudes na Lei Rouanet”.

Não somos nada como aprendi e ressalto, além da alma que se funde no cosmos da procura e se pacifica. O planeta Terra é grão no universo, e nós o que somos? Alguns chama de sabedoria na humildade e no silêncio, ao menos para si no descortino do mundo que frequentam, e principalmente na utilidade que doam, sem correrias, ainda que destacados socialmente, o que as vezes incomoda em seu pequeno rincão,bairro, etc. Utilidade que se não exercida, faz involuir no caminho existencial, que assim se apaga e esvazia em interior de sombras.

A arte repara arestas, cultura referencial na passagem das eras, muda o homem, cala a inveja, mitifica a dor, é a única forma de linguagem grafada, pintada, esculpida, que pode ligar gerações, eras, épocas a mostrar e demonstrar a humanidade e o que seja seu ser mais excelente, o homem. Tem sido assim. Quem sabe a arte ligará planetas?

É plena de verdade sob todos os enfoques a crítica. Não conseguimos visibilizar arte em crianças impúberes tocando partes íntimas de pessoas em nudez. Exercício da insensatez e da ofensa.

No barroco, que saiu da estática, superando a ausência de movimento do clássico, como em Bernini em seu David, na Galeria Borhese em Roma, não há partes íntimas desnudas, como no David de Michelangelo, famoso, estando exposto para o mundo na Galeria da Academia em Florença. Ambos extasiam. A nudez do David de Michelangelo como de muitas outras estatuárias não chocam, o que aqui se fazia agride a infância inocente.

Exibem-se os exibidos através da ruptura que desrespeita a evolução da natureza. Não existe naturalidade no que não é natural.

Temos muito a aprender com nosso interior, todos nós, não com os outros. Ninguém tem nada a ensinar de valores intransferíveis sacralizados na natureza, ao invés do subjetivo. Nisso sim, subjetividade, ninguém tem nada a nos ensinar em princípio e temos muito a aprender com nós mesmos.

A cultura no Brasil calcada em valores do Estado terá dias melhores, estou certo. Não se pavimenta a arte do futuro esmagando a naturalidade e muito menos desrespeitando a inocência do ser mais caro, a criança.

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ADENDO - Miguel; "Cultura no Brasil, colocar quem, os filósofos desbocados e preconceituosos dessas siglas partidárias, "direita/esquerda, volver"? Todos esses lados que batem continências para quem não merece nem vaias. Nenhum desses "líderes" de coisa nenhuma merecem. Pelo menos alguns não roubam ou vigiam quem rouba.Todos enquadrados em seus fisiologismos ideológicos sem oxigênio. Regina Duarte é fina, elegante, vivida, sabe das coisas e estará cercada de gente limpa e inserida em arte no mundo, creio assim.E NÃO ROUBA NEM DEIXARÁ ROUBAR.O Brasil caminha de pé faz dois séculos. Cultura? Ninguém sabe o que lê, poucos, quando leem, não aprendem o que ensinam, assimilam o vulgar, imagina o resto. Pergunta a alguém o que é pontilhismo, Vermeer, Caravaggio, como nasceu a abstração em oposição ao figurado e impressionismo. Mas se fizerem mostra no Centro Cultural Banco do Brasil no Rio, o povo vai. Filas e mais filas.Organizar ao invés de roubar, e afrontar.Complicado meu caro. Regina Duarte é luz em meio à patifaria."

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 05/03/2020
Reeditado em 05/03/2020
Código do texto: T6880847
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