A transitoriedade do ser
Há várias lendas que cercam nossa cidade, a antiga Aldeia de Rerigtiba, onde São José de Anchieta viveu. Uma delas está relacionada ao antigo colégio interno Maria Matos. Foi fundado em 1932 por Don Helvécio Gomes de Oliveira e o nome da escola foi uma homenagem a sua mãe. Em 2006 foi reinaugurado com o nome de Terezinha Godoy em homenagem a uma freira.
A escola Terezinha Godoy atende passou a atender os alunos do município, é considerado um símbolo de escola modelo, oferecendo um ensino gratuito e de qualidade, porém, nunca perdeu a fama de ser uma escola de aspecto antigo. Parece até coisa de filme terror. É um prédio extenso, tanto que é repartida em pavilhões. Suas paredes são úmidas e mal pintadas. As salas são mal iluminadas. Andando por ela parece que o teto vai cair na nossa cabeça.
Constantemente os alunos escutavam vozes e batidas de porta sem explicação. Há muitas lendas sobre essa escola. Em uma delas, conta-se que uma aluna viu uma freira na janela se queixando de que o leite Ninho havia acabado. Então pediu para que essa aluna saísse da escola e fosse comparar o leite. Quando voltou, procurou a freira para entregar o produto, mas não a encontrou em nenhum recinto. Ela ficou muito aflita, bem como as outras freiras e colegas para quem contou. A preocupação foi tanta que uma educadora trouxe um álbum de fotografias das freiras já falecidas com o intuito de solucionar o problema. Ao observar o álbum, ela apontou desesperada para a fotografia, jurando de pés juntos que era a freira que tinha visto.
Hoje, o teto da escola desabou e não foi misteriosamente, a escola estava realmente muito antiga e sem condições de abrigar os alunos. O símbolo de escola modelo abrigará somente as histórias, as lendas e os mistérios que ficaram. Sua aparência fala por si mesma.
Nós como essa escola somos seres transitórios, muitas vezes resistimos ao tempo ou não. Muitas vezes somos um livro aberto, mas muitas vezes guardamos nossos segredos.
Leandro Freitas Menezes