Vilã financeira
Não sei se sou a mocinha ou a vilã da história. Acho que exagerei no mocinha...Vítima seria mais apropriado, ao menos, fico com o crédito de dominada. Isto porque tenho ataque de ansiedade e toc; e o medo potencializa as minhas atitudes, tornando-as impensadas. O que desencadeou a compulsão por compras e limpeza. Basta um sinal vermelho, que mal penso, compro sem necessidade e desse jeito enrolo a vida. Uma ciranda sem precedentes, um círculo vicioso, um desespero de causa. Parece que o problema é resolvido com uma senha alfanumérica, um cartão com limite preso às parcelas futuras; e uma promoção relâmpago. Neste compasso, deparo-me com uma pilha de arrependimentos, sem aceite para devolução. Tornei-me uma acumuladora de inequações, sem solução matemática; o jeito é partir para a terapia. Talvez, encontre a fórmula para estimular a consciência, e força para dizer NÃO ao consumismo. Essa história de comprar para enrolar a vida, é uma forca; a única enrolada e argolada serei eu. Não quero virar estatística no programa da saúde financeira, como uma doença que compromete a renda familiar; tampouco, ser notificada pela era do descartes; bem como, entrar no cadastro de proteção ao crédito, como a malévola do pagamento.