O Canto da Sereia
Eu estava no bar. Sozinho.
Já havia tomado três cervejas e estava caminhando para a quarta.
Tocava uma música calma e não muito alta de fundo e um grupo de garotas estava no canto do lugar. Me levantei e caminhei até lá.
A porta se abriu e quem entrou me fez parar no lugar.
Eu não a conhecia, mas senti que não deveria deixar para lá. Mudei meu curso e puxei assunto com a pequena.
Sua altura batia no meu peito. Cabelo colorido até os ombros. Riso fácil e aberto. Tinha cheiro de perfume caro, mas não parecia ser esnobe.
Ofereci uma bebida e ficamos a noite toda conversando. Foi divertido e engraçado. Era como se fosse para ser. Estarmos ali. Era o certo.
Eu não queria ir embora. Não queria que acabasse. Escrevi meu número num guardanapo com o seu batom. Deixei no zíper menor da bolsa e pedi que ligasse quando quisesse se distrair. Nos despedimos e ela foi para casa. Fiquei observando de longe até que ela virasse a esquina no fim do quarteirão.
Eu queria vê-la de novo. Ouvir sua voz e sua risada. Saber mais sobre ela. Era o que eu desejava e isso nunca tinha acontecido.
Fui para casa com a certeza de que tinha encontrado algo importante.