MEDO GERA MEDO! ("Coragem é a resistência ao medo, domínio do medo, e não a ausência do medo." — Mark Twain)
Fico admirado, quando passo nas ruas e os cachorros latem só comigo. Por que os cachorros latem com uns e com outros não? Tentando descobrir o motivo desse fenômeno, observei que onde estou, se passar um bêbado ou um maltrapilho da rua, eles vêm logo falar comigo, Tentei relacionar essas atrações. E me veio a pergunta adicional: exalo medo pelo cheiro ou são só minhas expressões corporais? E a eles, cabem a reação de seus desconfortos. Latem para se protegerem ou me cumprimentam como um disfarce de seu medo maior que o meu. Talvez, eles tenham se sentido tão apurados que percebem meu medo deles! Somos células compondo o grande organismo de Deus. Os mesmos fluidos correm no espaço para nos abastecer de informações extrassensoriais. O sentido da vida é caminhar para a morte. Todos que vivem morrem de medo da morte! Só vivem porque já descobriram a função das relações do micro e macro. Os medos preservam esta vida, mas qual é o significado de nossa existência, senão morrer com qualidade?
Republicando este pensamento, porque um "abobalhado" acusou-me de está comparando os mendigos com cachorro. Eu o disse que sou responsável pelo que digo, e ele, pelo que entende. Explico que a essência do texto consiste em dizer que os cachorros enfrentam-me e os excluídos da sociedade também, não sei quais são suas motivações. E por que teriam essa "coragem"? Simplesmente porque eu exalo o hormônio do medo que sinto de ambos. Só falta os protetores dos animais acusarem-me de insinuar que os cachorros são excluídos da sociedade nessa explicação. Também não se trata disso. A questão é: por que os cachorros latem com uns e outros não?
Não os comparei, apenas apresentei duas classes que se comportam indesejavelmente comigo. "Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação." — Clarice Lispector.