Mortes
A morte. Ao mesmo tempo que é fascinante, também é temida para nós.
Muitos dizem que ela representa o fim de tudo, entretanto para outros pode ser o começo de uma nova jornada.
De uma nova história.
Existem, contudo, diversos tipos de mortes que não se restringem apenas a morte física.
Temos a chamada morte moral quando alguém segrega a pessoa de seu meio ou debocha dela por suas diferenças sejam físicas ou intelectuais ou, ainda pior, a desmoraliza por alguma coisa que ela não cometeu e fazendo todo tipo de crueldade que se possa imaginar.
Deve ter sido provavelmente daí que saiu a expressão: “isso é pior que morrer”.
Outra forma de morte seria o esquecimento, também chamada de morte cultural.
Lembro-me de uma aula que assisti na faculdade de História onde a professora Lorena Gill nos explicou a respeito de uma segunda morte que ocorre quando uma foto antiga é destruída ou quando uma publicação é queimada.
É como se a memória daquela pessoa deixasse de existir.
Sem dúvida, a morte cultural é a pior de todas.
Cujos sintomas além de queimar livros e fotos são a censura de obras e a poda da criatividade de escritores e jornalistas, bem como todos aqueles que escrevem sobre o cotidiano ou qualquer outro tema.
Para todos que leem, que escrevem o que sentem e que pensam o mundo de uma forma crítica, a censura é uma condenação á morte cultural.
E como consequência, o país que vivemos se torna um lugar sem alma, sem cultura e nem tampouco sentimentos.
Por isso que digo a todos e também a mim mesmo essas considerações finais.
Mesmo com todos os problemas que enfrentamos, tenhamos uma boa vida para quando a hora da nossa morte chegar, poder dizer como o almirante inglês Horatio Nelson disse quando derrotou Napoleão em Trafalgar:
“Graças a Deus, cumpri meu dever.”