Muitos falam que nós espíritas somos frios. E eu acabei de crer que sim, sou fria diante da morte. Diante do que não existe, sim. Cheguei num ponto que quero é rir dela. Isso mesmo. O que eu quero é chorar, chorar muito a dor dos que ficaram na carne. O fato de ser fria com a morte me coloca no lugar daquele que perdeu um ente querido. E essa dor não me torna fria. 
Dia 27 de dezembro fez um ano do desencarne de um sobrinho meu. Quando eu recebi a notícia, meu coração parecia que ia explodir de tanta dor. Não pela morte, não.  Eu chorava pela dor da minha irmã. Chorei, chorei muito mesmo. Eu sabia perfeitamente o que se passava em seu íntimo naquele instante. 
Então da morte eu quero mais é  rir. Ela se acha a dona do pedaço, acha que com uma simples passada de foice destruísse uma existência. Como se engana! 
O apóstolo Paulo reportou-se a morte perguntando: Onde está ó morte a sua vitória? Onde está o teu aguilhão?
Quando acreditamos na vida espiritual,  encaramos a morte com serenidade.
Somos consciência,  somos eternos.
A dor da separação é dolorosa, eu sei. Mas Deus é  que nos sustenta. O Pai, que nunca abandona seus filhos. 
Ele fez o empréstimo, chega o dia do retorno pra casa. 
Para aqueles que permanecem na carne, a desencarnação é um infortúnio. 
Mas, para aquele que crê que a vida prossegue, o ser amado se encontra em pé, aguardando os amores que ficaram aguardando o término de sua jornada. 
E a vontade de nós os " frios" é  chegar dar um abraço e fazer o que fiz com minha irmã.
- Chore, chore muito, eu sei que está doendo. Mas acredite, seu filho está vivo.
Deus não nos criaria para depois nos perdermos. 
Ele é bom e justo. Nisso eu creio.

 
Élia Couto Macêdo
Enviado por Élia Couto Macêdo em 27/02/2020
Reeditado em 27/02/2020
Código do texto: T6875506
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