REFERÊNCIA DE CARÊNCIA (BVIW)

Lembro bem de uma menina que era fanática pelos Backstreet Boys, e a mãe se aventurava madrugada adentro atravessando bairros a fim de satisfazer a vontade da filha. Mãe e filha cegas para os perigos da Cidade Maravilhosa, por um capricho da idolatria, percorriam distâncias. Nunca entendi essas euforias por ídolos.

Soube de um torcedor que chorou quando se aproximou do jogador, dizendo com fervor que o admirava, e que ficava até sem comer de tão fã. Levou maior reprimenda do ídolo, e bem sério disse que os pais do menino é que deveriam ser seus maiores ídolos. Aplausos para ele!

Certa vez, em uma gravação da novela Feijão Maravilha nas proximidades do colégio onde estudava, quando alguns colegas correram para conseguir um autógrafo dos atores preferidos, limitei-me a ficar sentada no banco da praça. Uma das colegas me falou que o ator Walter D´Ávilla perguntou por que eu não havia também ido pedir um autógrafo. O fato é, nunca tive ídolo. O meu gostar jamais ultrapassou o limite para o fanatismo. Quando segredei isso ao professor, ouvi dele: - Você deve ser muito segura de si para não precisar de nenhuma referência de veneração. Parabéns pelo equilíbrio interior!

Não tenho ídolos, mas sigo O Mestre.