Espelhos de tintas (BVIW)
Desde a adolescência tenho um carinho especial, uma paixão por ele, e suas telas, gosto de passear em suas imagens respirar os aromas e me deixar levar nessa apaixonante colheita de tintas, repleta de passagens de cores...
A história de sua intensa, mas breve vida pode ser vista em seus autorretratos, seus girassóis, campos de trigo, flores e pomares azuis, entre outros, trabalhos maravilhosos. Gosto de aumentar as telas no computador, e observar a direção e fluidez das pinceladas e em seu olhar há um eterno redemoinho, ventos d’alma que me hipnotizam.
Admiro muito os estudos (desenhos e perspectivas) que fez, principalmente, ao pintar o quadro “Os comedores de batata” (1885); a posição do lampião, única luz a iluminar os rostos, o quase invisível relógio de parede, a sensação do aroma café, sendo colocado, na xícara, as mãos grandes: ideais para trabalhar a terra, plantando e colhendo o alimento... Ah! Esse romance entre o claro & escuro é como se as tintas beijassem a tela, numa encantada sintonia.
Sinto que algumas vezes minha Vida, esvai-se, como se fosse um punhado de areia a escapar entre os dedos e essa despedida vem emoldurada de dores e perdas, e também de um Renascimento nesse espelho forjado a cada encontro com as tintas, mantendo a essência intacta a construir uma vida nova que se inicia com o Amor, pincelando o pulsar de cada segundo...
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Comedores_de_Batata