PRECONCEITOS. SALVAR-SE. COVARDIA. INSUFICIÊNCIA.

Hoje o desfile dos preconceitos de todos os sentidos e origens estão facundos.Expostos. Gritantes.Entende-se que poucos controlam ou podem fazê-lo. Há uma barreira cognitiva. Não percebem a máquina que debulha esse interior excretado. Por ser inóspito o que vive o preconceito. Muitos que são objeto de preconceito são os mais preconceituosos, atingem sua própria pessoa.

Três condutas são necessárias para a salvação do homem, o que deve crer, o que deve desejar,e saber o que deve fazer, ensinava Tomás de Aquino. Mas a insuficiência comanda.Salvar-se, o que é isto? Banhada de imensurável singeleza e tão complexa questão, esta a indagação que receberia do idiota.

São Tomé é paraninfo no “ver para crer”, precisam da ótica para ver o que nunca verão, os idiotas.Quanto mais reflito no que disse Umberto Eco, tão mais verifico como em São Tomé a sensatez de sua advertência.Para isso temos a internet, um repositório de excelência para o estudo antropológico/social, da cidade cosmopolita ao interiorizado rincão. O povo gosta de ver; imagem.

Não só a escrita reflete a problemática profunda em que vive intensamente a maioria na erupção de suas sequelas e frustrações, complexos originários de guetos não superados. E passamos agora pela explosão delas, no famoso carnaval que surgiu na Babilônia, e tomou o nome de “carne vale” na Itália para afastar com intervenção do império a orgia, “carne vai”. Isto já por interferência da Igreja Católica, com a finalidade de retirar da festa os lupanares. Em vão. Nada demais a festa da alegria e da carne, o homem é carne, hoje com as inversões mais à mostra. Que cada um viva como quer e sem afrontas a terceiros, suas vidas.

Crer no que diz, no que faz, no que vive. Quantos assim se conduzem? Respondo, não creem no que dizem, pois fazem o contrário, então nem creem nem fazem. E vivem como? Muito mal, entre convulsões existenciais que passam para todo mundo ver e avaliar mesmo não querendo. São antônimos que andam em contrariedade ao que dizem e fazem. E nem percebem, é a idiotia de que nos fala Umberto Eco.

Sou escolástico por adesão filosófica, cristão escolástico da escola das cinco vias do venerável Tomás de Aquino. Conheço pela fé dos sentidos o que a razão proclama. Meu transcendental vive a razão, chego ao "limiar" pelos sentidos concedidos pela natureza. É o caminho das cinco vias tomistas.

Ninguém quer salvar-se nem da própria consciência, pois pelos sentidos não pode conhecer as “cinco vias” aquinianas no refrão de Umberto Eco, falta “logos”.

Nada como a salvação do inigualável Estevão, que para salvar-se, crendo na Nova Igreja do Cristo, mostrou coragem diante do poderoso rabino Paulo de Tarso, enfrentou-o na sinagoga, e intelectualmente venceu-o. E ninguém hoje enfrenta aqueles que teme, “cara a cara”, “verbo a verbo”. Têm medo. São covardes como os que negam a autoria nos tribunais dos crimes cometidos. São todos iguais, seguidos e seguidores. Não enfrentam pois sabem que serão esmagados. Em todas as frentes. É a única consciência que têm, da covardia.

Como Sergio Moro tem feito, esmaga e esmagará todos eles, em audiência pública ou em qualquer lugar, pena que tenha muita paciência. Eu não tenho.

Estevão foi lapidado, enterrado com a cabeça de fora e apedrejado até a morte, os covardes de hoje se escondem dos que não podem enfrentar. Estevão enfrentou de peito aberto.

Caminhada áspera, interrogativa e de inteira doação. Somente Aquino teve o privilégio de ser combatido com reservas por Kant, mas Tomás já estava morto. E o fez Kant sob o império da dúvida, o maior dos agnósticos. Mas ambos são luminares do pensamento.

Ninguém deve se preocupar com a salvação se contra o bem não milita ou cuida de se afastar do mal. Quem lhe pode fazer mal se você só faz o bem? Ao mal do mundo todos estamos sujeitos, no Brasil morre-se nas esquinas por causa de trocados ou de um celular, e os imbecis incitam nas redes as “revoluções” , “rixas” entre classes de pobres e ricos, sempre os eternos idiotas de Umberto Eco, os famosos idiotas, de pouquíssimas ou nenhuma letra.

É preciso crer no que se diz, crer no que se faz, crer no que se escolhe.

Nos dias de hoje tamanha é a inversão de credos, que por isso creio em que de nada descreio diante de tudo que é possível sem filtros ou coerção, leis frouxas, estou como Shakespeare, aliás máxima que sempre adoto como religião deflui desse bardo, “não ouso crer nem descrer de nada”.

A crença hoje anda ao avesso pelo que vemos. Estão aí os fatos e o carnaval. E complexo e complexados desfilam seus problemas.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 25/02/2020
Reeditado em 25/02/2020
Código do texto: T6874038
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