III REFLEXÕES NUM FERIADO PROLONGADO... 7h32min. (Reminiscências). Epílogo!

Para não cansar nossos prezados leitores, (as) pretendemos com este terceiro singelo texto, dar por encerrado esta “trilogia”...

O Plano Real deu a estabilidade da economia, pondo fim ao “pesadelo” da inflação, que estava sempre presente nos governos anteriores, mas que durante os 21 anos dos governos militares, estavam em relativo controle...

Os primeiros anos do Plano Real foram difíceis, pois havia uma cultura inflacionária na mente popular, havia um consumo “irreal”, pois se comprava mais, pois os preços nos dias seguintes poderiam subir...

A venda e o consumo foram se acomodando, ao mesmo tempo, os estoques das empresas, não mais se “valorizavam”, pois a inflação era quase 0, e foi difícil se mudar esta “cultura inflacionária”, que durou anos na vida dos brasileiros, nosso setor medicamentos e perfumaria, também foram afetados, as vendas caíram na sua realidade, havia a inadimplência, de alguns e outros que se aproveitavam disto, e certamente também fomos afeitados, para honrar nossos compromissos, usamos até o cheque especial da empresa, bem como o de nossa conta particular, além disto, chegamos a recorrer aos descontos de duplicatas, porém, havia um senão, os juros estavam muito além, de uma economia que inflação era quase zero...

Estas alternativas amenizavam o problema, mas não resolviam, em 1996, procuramos a instituição financeira, e fizemos um acerto, dividimos nossos débitos em 24 pagamentos, que na época, davam um valor acima de mil reais mensais.

Conseguimos pagar com sacrifícios 12 parcelas, pois eram acrescidas de juros todos os meses. Um amigo nosso era correntista do mesmo banco, sabendo de nossa situação, fez uma proposta, oferendo um valor a instituição, (oito mil reais) para quitar as doze parcelas, foi aceita, isto nos deu “fôlego” novo, para tocar a pequena empresa com mais folga.

No final aquele ano citado acima, - 1996 – em dezembro demos entrada em nossa aposentadoria, que demorou a sair, pois somente foi homologada em fevereiro de 1998. Até fizemos um plano de pagar o empréstimo feito com este amigo, com recebimento de nossa aposentadoria, porém, no mesmo ano que nos aposentamos, em setembro tivemos que em definitivo, parar com a empresa, uma portaria do governo FHC, vedava que as distribuidoras, se localizassem no mesmo terreno da residência do proprietário da empresa, teríamos que nos mudar pagar aluguel, contratar um farmacêutico, o que realmente tornava o negócio inviável. Em setembro do mesmo ano tiramos nossa última nota fiscal...

Indo a Receita Federal, para quitar alguns impostos em atraso, passavam de mil reais, e pedir a baixa da empresa, porém, para nossa surpresa, foi nos dito que além de pagar os impostos em atraso, haveria um valor por estimativa de estoque, que poderiam passar de cinco mil raiais. Despedimo-nos e desistimos, visto que de cada 10 empresas, 9 não dão baixa, em face disto... 22 anos se passaram, e os familiares insistiam para que déssemos baixa na empresa, procuramos uma contadora, que nos informou que as dividas foram perdoadas, mas que teríamos que pagar uma multa por declaração não feita nos últimos cinco anos, nos, uma já pagamos (cem reais) os quatro anos restantes serão pagos no começo do mês, e finalmente teremos em mãos a baixa da empresa. Quando finalmente os papeis guardados por mais de 22 anos, no sótão da casa, poderão ser jogados no lixo que não é lixo, e as histórias de nossas vivências ficaram somente guardadas em nossas lembranças, bem como os 19 anos em que labutamos pelas “Gotinhas da Saúde”, (Cloreto de Magnésio em gotas) de 1998 até 2017, “provando” que realmente na vida nada dura para sempre... 8h26min.

Curitiba, 25 de fevereiro de 2020 – Reflexões do Cotidiano – Saul

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Walmor Zimerman
Enviado por Walmor Zimerman em 25/02/2020
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