CREA
CREA - Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura -
Diante de tantos desastres causados pelos desmoronamentos de construções ou dos inconvenientes provocados por defeitos de construção e pelo uso de material de péssima qualidade, surge a pergunta mais que óbvia:
afinal para que servem os CREAs?
Acredita-se que sejam funções básicas da entidade, a análise, aprovação dos projetos arquitetônicos, dos cálculos estruturais e o acompanhamento da execução da obra até que depois da vistoria dos bombeiros seja expedido o “habite-se” pelo órgão público competente, mas não é isso que a realidade demonstra.
Claro que devemos creditar o despreparo dos engenheiros e arquitetos à deplorável carreira universitária, aos professores desqualificados e ao aparelhamento ideológico que se instalou nas últimas décadas em todos os seguimentos da sociedade, porque é também por isso que, principalmente em obras públicas, a falta de compromisso se torna mais evidente.
Cabe ressaltar que o bom aluno, aquele que quer aprender para ser profissional digno do título, busca o saber independentemente de grades curriculares ou professores sem vergonha.
A lei brasileira que existe para tudo, notadamente para não ser cumprida, exige que para fornecimento de qualquer coisa a órgãos públicos, sejam feitas licitações, mas essas são fraudadas pelo conluio entre as comissões e as empreiteiras que, subcontratam, na maioria dos casos, as empreiteiras que “perderam” a concorrência para aquelas dos “amigos” que ofereceram melhor percentual de repasse sobre os valores contratados inicialmente e dos posteriores adendos.
Acrescente-se a isso que os materiais empregados nas obras quando são de primeira qualidade, são utilizados em percentuais menores do que os estabelecidos nos projetos.
Nas escolas recém construídas é muito comum ver reboco esfarelado e se destacando da parece, dobradiças que em pouco tempo de uso emperram e se quebram quando forçadas, janelas que não abrem, esgoto entupido, vazamentos em reservatórios e encanamentos de água e principalmente nos telhados fazendo com que os forros, geralmente de gesso, desabem sobre quem tiver a desdita de estar por baixo.
Como tudo na vida a arquitetura também evoluiu e mudou o modelo das coberturas que antes faziam com que as telhas desaguassem bem depois das paredes a fim de prevenir a umidade, porque apesar da evolução, a água continua sendo o solvente universal capaz de arruinar quaisquer paredes, apesar dos isolantes.
Agora as águas das chuvas, cada vez mais intensas, desaguam em canaletas instaladas sobre as paredes ligadas a canos de bitolas subdimensionadas e o extravasamento dessas canaletas dá-se para dentro do prédio vez que para o lado de fora há frontão, belo, mas inconveniente.
Poderíamos pensar que esse festival de incompetência se limita aos prédios públicos, às escolas, às estradas, às linhas férreas, aos aeroportos...
Ledo engano, porque isso também acontece em shoppings, hospitais particulares, residências, prédios de apartamentos etc.
Parece piada de mal gosto, mas infelizmente não é.
Apesar de serem construções elevadas sobre pilastras e com enormes vãos entre elas, há viadutos que de tão mal feitos ficam alagados nos dias de chuva sendo, portanto, verdadeiras taças à incompetência...