Até quando ?



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O amor se cansa...
Dos telefones ocupados, das rosas vermelhas, dos casos acabados e das lágrimas derradeiras.
Dos pedidos de perdão, das noites de solidão e dos retratos rasgados.
Das garrafas vazias, dos mesmos discos, do mesmo cheiro de cigarro.
Da distância dos mares, do adeus sem volta, da lápide fria.
O amor se cansa...
De viver sonhando, de viver esperando sem saber se vai voltar.
De pensar no “até quando”, “pode ser” e “até um dia”.
Das manhãs chuvosas, tardes frias e noites eternas.
Lembrar de músicas, guardar guardanapos escritos e lembranças sem valor.
Amanhecer sorrindo e dormir chorando...
Beber grandes goles de solidão para matar a saudade e acordar de porre em camas desconhecidas.
De dizer “eu te amo” quantas vezes forem necessárias apenas para não ficar só.
De procurar em bares, afetos perdidos, momentos passados que talvez nem tenham existido.
Andar pelas ruas trocando olhares, fingindo desprezo, fingindo descaso pelo que mais procura.
De entrar em becos, descer escadas, freqüentar festas e conhecer ninguém.
Freqüentar os mesmos lugares , beijar tantas bocas sentindo apenas a saliva e abraçar os corpos como um fardo pesado.
O amor se cansa...
Do começar de novo, contar as mesmas estórias e relembrar os mesmos velhos problemas.
Implorar de vez em quando e rezar todos os dias.Jurar que nunca mais... e tentar outra vez no instante seguinte.
De bailes de carnaval, de jantar com amigos e fins de semana na praia.
Bate papos virtuais e desenganos reais.
Enfim...






 
Pedro L Cipolla
Enviado por Pedro L Cipolla em 24/02/2020
Reeditado em 26/08/2020
Código do texto: T6873240
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