VIVÊNCIAS NECESSÁRIAS PARA PROGREDIR. MEDO.

O que é uma visão sobre “a vivência do "limiar" entre “o mundo sensório e o mundo supra sensível. "Para aquele que realmente procura o conhecimento do ser humano, é necessário que perceba que tudo o que a "natureza" manifesta de belo, grandioso, sublime, não consegue conduzir ao ser humano. Pois o ser humano interior, que cria no [mundo] exterior, não tem sua origem no mundo natural, mas sim no espiritual.” É a razão antroposófica de Rudolf Steiner.

“Neste mundo não conseguem penetrar nem os sentidos, nem a razão baseada no cérebro. Quando uma pessoa quer colocar-se diante do mundo de sua origem, esses últimos devem primeiro deixar de atuar. Onde, porém, esse efeito cessa, a pessoa encontra-se primeiramente diante da incapacidade de perceber qualquer coisa. Ela olha para o meio circundante e, como se este fosse o "nada", aparece-lhe a escuridão, que lá está por causa dessa incapacidade.”

Estamos vivendo no mundo uma certa similaridade aos escólios declinados, embora considerados faz séculos.Há uma forte inclinação para as exterioridades momentosamente; parece que só elas contam.

E assevera Steiner sobre essa incapacidade: “Esta somente pode ser vencida por habilidades de percepção espiritual, na medida em que o ser humano descubra em si forças superiores de modo a desenvolver os "sentidos do espírito", do mesmo modo como as forças físicas do organismo desenvolvem os sentidos do corpo. Isso requer uma transformação completa do íntimo do ser humano de uma forma de existência na outra. No entanto, nessa transformação o ser humano não deve perder uma forma de existência antes de atingir a outra. A transformação correta é o resultado da experiência correta no "limiar". O conhecimento do ser humano em sua essência verdadeira só é possível de um ponto de vista situado além do limiar. Quem quiser assimilar com bom senso sadio as comunicações de alguém que possui esses conhecimentos, provenientes da região além do limiar, também deve ter uma representação daquilo que o conhecedor experimentou no limiar. Pois a única maneira de ele ter condições de julgar corretamente o âmbito supra sensível, é de ele também conhecer as condições sob as quais o conhecimento desse âmbito pode ser obtido.”

"Só se pode dar um conteúdo às palavras com as quais são expressos os resultados da percepção supra sensorial, quando se entende pelo que o contemplador passou antes de ter o poder de cunhar tais palavras. Se isso não for compreendido, as palavras parecem significar não algo supra sensorial, mas sim sensorial. Mas com isso ocorre confusão. As palavras tornam-se enganadoras; em lugar de conhecimento ocorre ilusão.”

Essa ponte de ligação para ser alcançada necessita situar em seu devido lugar o medo que tudo afasta em termos de conhecimento.

O medo de questionar objetivamente aquele ou quem se coloca teoricamente. É o avesso da escola grega da “paidea” que estimulava o questionador para que houvesse avanço. O medo faz estacionar o pensamento. O medo faz gerar a covardia que é sensorialmente negativa, resta contida por temor de ser vencida a contradita. Mas não há perdedores no progresso construtivo que se dá do supra sensorial, interior, para o exterior. Haverá o ganho do que ficar estabelecido entre esses dois mundo através da troca.

“Temos que erradicar da alma todo medo e terror do que o futuro possa trazer ao homem. Temos que adquirir serenidade em todos os sentimentos e sensações a respeito do futuro. Temos que olhar para frente com absoluta equanimidade para com tudo que possa vir. E temos que pensar somente que tudo o que vier nos será dado por uma direção mundial plena de sabedoria. Isto é parte do que temos de aprender nesta era: viver em pura confiança, sem qualquer segurança na existência; confiança na ajuda sempre presente do mundo espiritual. Em verdade, nada terá valor se a coragem nos faltar. Disciplinemos nossa vontade e busquemos o despertar interior todas as manhãs e todas as noites.”Rudolf Steiner

Uma vocação absolutamente inteira para mudanças tão necessárias que se podem galgar através de reflexão e meditação apurada. Ninguém progride insulado em bastidores ou em paróquias pessoais externas, sempre apertadas pela sensibilidade atravessada por variados sentimentos. A viagem, o trânsito, sem mudar de veículo, requer vontade e ausência de medo.

É impositivo se aspiramos crescer, sair da sub percepção para o supra sensorial.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 23/02/2020
Reeditado em 23/02/2020
Código do texto: T6872270
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