PASSAGEIRA

Todos os dias quando a mulher pega o ônibus para seu serviço é sempre aquela rotina, pessoas correndo, se machucando, uma multidão de pessoas que se empurram sem pensar na palavra "empatia", a mulher já está farta, enxerga a realidade humana ali com todas aquelas pessoas que não são mais do que o egoísmo em seu sentido amplo, entra dentro do ônibus com o peso da fadiga somente quando todos já entraram, ela não gostaria de se machucar por causa de pessoas como as que via ali, pareciam uma massa disforme, gritos, xingamentos e até brigas, a mulher se distanciava... Um dia enquanto esperava para entrar no ônibus, observou mais uma vez a falta de educação, os passageiros nem haviam terminado de descer e outros já entravam, sem pensar evidentemente nas pessoas, os bancos para sentar era o objetivo, nesse dia a mulher viu um senhor de idade tentando descer, sua expressão zangada era clara, enquanto um jovem abria caminho para entrar, ele não "viu" o idoso, apenas o empurrou, a mulher ficou indignada, preocupada com o estado do homem de idade, tentou ir atrás, já que ainda tinha algum tempo antes do trabalho, ela queria alcançá-lo, mas ele estava apressado, nesse momento viu que não muito longe do idoso vinha uma senhora e havia um banco para os passageiros ali perto, o senhor viu a outra senhora mas se sentou primeiro e mesmo quando viu a senhora fraquejar as pernas e cair ao chão, não a ajudou. A mulher correu para socorrer a idosa e a amparando pegou o próximo ônibus, era só mais um dia onde a humanidade deu lugar para o vazio.

Rita Flor
Enviado por Rita Flor em 20/02/2020
Reeditado em 20/02/2020
Código do texto: T6870319
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