Imagem: Google
A escola
Vocês serão o futuro do Brasil. Quem nunca ouviu esta frase na adolescência? Um país desenvolvido apresenta uma economia sólida e bons indicadores sociais e elevado IDH (Indíce de Desenvolvimento Humano).
A raiz do êxito encontra-se na educação da população, mas que educação a população está tendo acesso? Uma educação empreendedora, que ensina a tomar boas decisões financeiras, que estimula o empreendedorismo ou uma educação arcaica e feudal que ensina a serem apenas bons empregados? Trato aqui da rede de ensino que abrange grande parte da massa e também da ofertada por escolas privadas que abordam este tema de forma superficial e genérica. A criança vai para a alfabetização, depois ensino fundamental e médio, posteriormente uma faculdade e após o término um bom emprego em uma empresa privada - este é o ciclo! E, sabemos que apenas uma pequena parcela consegue tal feito.
Pois bem! Penso que deveriam ser inseridas na grade curricular disciplinas sobre finanças pessoais, empreendedorismo, orçamento familiar e afins, de modo a permitir que desde cedo a criança e/ou o jovem venham a ter noções de como fazer bom uso do dinheiro. Nossos cidadãos carecem desse tipo de educação; nos tempos de fartura o brasileiro "estoura" tudo que ganha, a renda de seu trabalho, sem nenhum planejamento pessoal e quando vem os momentos de crise entra no aperto com tantas contas a pagar. Cadê o lastro financeiro? A reserva de emergência?
Por não ter tido um mínimo de informação sobre o bom uso do capital, muitos indivíduos veem seu orçamento familiar entrar em colapso. Instala-se o caos. Associado a isso vem a vergonha, a depressão, a revolta; a escassez de recursos e de empregos maltrata o cidadão brasileiro. Mas, esta realidade nefasta não acontece apenas com quem é empregado, já socorri muitos gestores de empresas e indústrias perdidos e aflitos com as contas, com os orçamentos no vermelho e o pior, sem ter ideia de como se planejar financeiramente. O assunto é sério.
Então, após refletir e não precisa ser nenhum gênio para concluir que a falha está na base, a deficiência está na escola que não inovou em seus processos e disciplinas, permaneceu estagnada, parada no tempo e no ensino das cadeiras tradiconais das ciências exatas e humanas. É urgente, que a grande massa da população brasileira tenha acesso a informações básicas sobre finanças. De nada adianta ensinar um aluno a calcular os juros simples e compostos e não fazê-lo perceber que estes juros (compostos) são o multiplicador do capital e, portanto, suas economias podem ser maximizadas em aplicações que façam uso dos mesmos. De nada adianta! Quantos jovens dizem: matemática não serve para nada. E isso é estarrecedor.
Tudo é uma questão de visão, de como você traz o outro à reflexão. Outro dia deparei-me com a seguinte situação: Um pai indaga ao filho: "a aula foi boa hoje, aprendeu tudo? Ao que o filho respondeu - "tudo certo!" E o assunto findou ali. Então, por ter abertura com o pai do adolescente sugeri a ele que mudasse a pergunta por esta: "filho, me fale sobre o assunto visto hoje em sala." Ao confrontar o filho sobre o que viu em sala estreitou-se o vínculo entre ambos e o pai percebeu as deficiências escolares do filho. A escola, por ser a fonte onde bebemos o saber, precisa ter uma visão macro de seu papel na sociedade e na formação do indivíduo. É míster que o ensino se modernize a fim de possibilitar ao cidadão aplicar na vida os ensinamentos aprendidos na escola.
Alvaniza Macedo
19/02/2020