A largada foi dada
Depois de doze anos entre o ensino fundamental e o médio, somado há quatro anos de graduação em História, enfim consegui o meu primeiro dia de trabalho. Sou professor eventual em uma pequena cidade ao lado da minha, na única escola estadual que ela possui.
Foi tudo muito rápido. Na quinta-feira deixei o meu contato na escola, na sexta-feira me deram um retorno positivo e uma lista de documentos a serem levados no início da semana seguinte. Na segunda-feira entreguei todos os documentos, assinei os papéis. Contrato fechado.
Terça-feira, 18 de fevereiro, eu nunca tinha lecionado (além dos estágios obrigatórios da graduação) e tive de trabalhar nada mais nada menos do que substituindo em dez aulas.
Saldo do meu primeiro dia: voz rouca e corpo doendo. Fiquei muito cansado, confesso.
É uma situação que ainda não sei bem descrever. Ainda inusitado para mim. Em um primeiro momento, me senti meio frustrado, por não ter atingido os meus objetivos (das dez aulas, apenas três foram como eu esperava). Por outro lado, eu também não esperava que fosse fácil... Todos os começos da vida são complexos, eu já imaginava que esse não seria diferente...
Mesmo com todos os problemas já conhecidos da educação brasileira e toda a canseira que senti no momento, não me arrependo da escolha que fiz. Sei que a caminhada é longa, tenho muito a aprender, mas mais do que nunca tenho certeza de que estou no caminho certo.
Essa foto exposta acima é muito importante para mim, pois me lembra que após muitos altos e baixos eu cheguei lá. Sei que ainda estou só no começo, mas é nítido o avanço em relação há alguns anos atrás. Este armário com o meu nome é significativo, pois mostra que, de algum modo, eu virei o jogo. Para sempre serei aluno, há sempre muito a ser aprendido, mas a partir de agora também sou professor...
Muitas dúvidas carrego comigo e poucas respostas eu tenho, mas a fé me move a seguir sempre em frente na certeza de que Deus tem sempre o melhor para cada um de nós...