REVISITANDO CASTELOS DA MINHA HISTÓRIA

O café não era igual, havia tempo, feito com amor e tradição. Não é em qualquer lugar que o encontramos. Voltei, para degustá-lo.

Tudo tão bom naquela curva à esquerda da estrada, que segue para o fim do mundo, caso alguém queira acompanhá-la.

Virei o veículo à esquerda e estacionamos. Era ali, nosso ponto de chegada. Meu mundo começou naquele pedaço de chão e pouco me interessava se a estrada fosse além. Gosto mesmo é daquele lugar, onde há gente que eu amo e que sempre me amou.

Luxo? Sim, o luxo de receber abraços prolongados e perfumados. Perfumes de amores guardados e essências emanadas dos corações. Ninguém jamais entenderá o sentido do carinho verdadeiro, armazenado anos a fio em alguma gaveta da memória e que vira brilho nos olhos já desacostumados de presenças amadas. Não é necessário entender, importante é sentir.

O local é de reverência maior, lá vivem Gentes, Gentes da melhor qualidade. No lugar não existem monumentos à humanidade, museus que guardem coisas materiais valiosas, praias ou locais turísticos que atraiam curiosidades em férias. O maior patrimônio é o ser e sua humanidade.

Lá se passeia o olhar e não se fala em políticos ou em preferências dispensáveis, não são comentados assuntos considerados da modernidade. Os corações pulsam em ritmo de amor, das lembranças das noites iluminadas por estrelas e luares costumeiros.

Entre amigas, sentada à beira do caminho, perdi o medo do mundo e de vendavais. Sentamo-nos sob a árvore e havia brisa, arte humana e cultura de conquistas e reconquistas embaladas pelo campanário da capela a chamar anjos.

Fomos desbravando florestas de histórias quase esquecidas. Rimos muito, relembrando os que de lá partiram para algum lugar hoje não sabido. Viajamos em navios enormes, revisitando castelos da nossa história.

Guardei o brilho dos olhares na minha pequena bolsa cheinha de amor; os braços envoltos em meu corpo ainda perfumam acolhimento e carinho. Descobri que naquele local está a igreja da aliança. É onde fui e sempre serei acolhida com sorrisos, entre o colorido das flores.

Dalva Molina Mansano

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 17/02/2020
Código do texto: T6867947
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