E “Sentaqui pra nós conversar” diriam os mineiros. O tio do irmão da minha prima que não é tio da minha prima (coisas de família do século XXI) tem uma banca de jornal no centro da cidade. De frente com a banca um carrinho de cachorro-quente de um amigo que, desempregado, começou esse “bico” que perdura por 18 anos. Ele costuma dizer que é um “comerciante ambulante” e não aceita outra designação. Tem gente que gosta de sapato, tem gente que gosta de roupas, eu já gosto de bancas... De jornal, de revista, de bijuterias, de camelôs, de monografias ou outras quaisquer, porque “lá”, é possível ver e ouvir as melhores histórias e presenciar momentos inusitados, raras exceções, quando o Touro, dono da banca, não decide espalhar todo mundo com uma notícia ruim, porque ele é meu papa-desastre, do homicídio culposo ao crime de apropriação indébita, ele sabe de tudo, com ou sem morte. Veio lá com uma “prosopopéia flácida pra acalentar bovinos” querendo convencer o então amigo que deveria cuidar de sua banca até o seu retorno da viagem à Europa que dividiu de 18 vezes e no próximo mês vingará plena. Das muitas justificativas disse que nunca lhe cobrou sequer um aluguel do espaço da barraca e já comemorou a maioridade. O “cachorrão” meio sem graça veio com uma frase pronta, pelo visto, já repetida dezenas de vezes: “Já te falei que quero dever dinheiro e ser executado, nos dois sentidos, mas não quero dever favor. Não há renúncia que pague. Emendou dizendo que cuidar das coisas “duzotros” é tarefa perigosa demais. Vai que some algum dinheiro? Vai ser igual alça de caixão, todo mundo pegou, mas ninguém pôs a mão. Se intitulando Bolsonarista, feito os Czaristas, mudou logo de assunto falando das mudanças ocorridas nesse ano de governo do então presidente. Mas enfatizou a imagem de família tão bem anunciada pelo presidente, uma jovem esposa militante nas ações emnprol dos deficientes, de modo especial, os surdos; as ações sociais praticadas nos semáforos de fantasias e tantos outros; o resguardo da filha menor e, por fim, o legado deixado como exemplo para os filhos que o sucedem no Congresso. O Touro, que tem um perfil político silencioso, balançou a cabeça, enrolou um cigarro de palha, deu o primeiro trago e verbalizou em tom irônico que o Bolsonaro já estava no terceiro casamento e nada de tradicional havia na constituição familiar dele, além do mais, afirmou que ter tidonuma filha foi um “desluze” já que só tinha machos em seu mundo e arrematou dizendo que os 27 anos de vida política tornaram o ofício uma profissão e que já passou da hora de aposentar, pois nos 27 anos, sequer tinha alcançado, ao menos 5 leis em benefício donpovo, ou seja, ele estava enganado. Cachorrão por sua vez, espetado feito galo, desafiou-o a apontar qual presidente havia feito mais pelo Brasil. Ele não se intimidou e foi logo espetando:
- Farinha do mesmo saco. Tudo farinha do mesmo saco. É a merda social sem descarga. A diferença única é o papel higiênico usado, uns usam aquele tipo papel de pão que acaba ferindo os orifícios e o outro usa o trazido na bandeja pelo Alfredo, limpa sem deixar vestígios. Mas a merda é a mesma, a descarga entope e quando começa a voltar pelo cano, o único que aparece é o papel tipo pão, porque o outro se desfaz mais rápido. Tudo tática da “rotam” dos politiqueiros: força tarefa pra apagar logo quem cometeu o crime, só que aqui a rotam é queima de arquivo.
- Não dá pra tecer conversa contigo mesmo. É um comunista fanático que aprova o período de inquisição da igreja e finge que vive bem com sua esposa, mas ela vive cuspindo fora do prato. Não é á toa que chama Touro. Desgraçado duma figa.
- Eu não sei como não te expulsei daqui até hoje. Praga de asfalto. Vai catar coquinho lá na sua origem.
- Depois falamos mais, agora vou jogar xadrez na praça com os porcos sujos petistas. Tchau. Até mais moça, você não é petista, é? Tem cara de inteligente, culta. Não pisa no rabo do gato, hein?
Saí da banca com o jornal da cidade e uma pulga atrás da orelha, pois a moça era eu. Será que entre amigos a vida é assim? Será? E será que piso no rabo do gato?
- Farinha do mesmo saco. Tudo farinha do mesmo saco. É a merda social sem descarga. A diferença única é o papel higiênico usado, uns usam aquele tipo papel de pão que acaba ferindo os orifícios e o outro usa o trazido na bandeja pelo Alfredo, limpa sem deixar vestígios. Mas a merda é a mesma, a descarga entope e quando começa a voltar pelo cano, o único que aparece é o papel tipo pão, porque o outro se desfaz mais rápido. Tudo tática da “rotam” dos politiqueiros: força tarefa pra apagar logo quem cometeu o crime, só que aqui a rotam é queima de arquivo.
- Não dá pra tecer conversa contigo mesmo. É um comunista fanático que aprova o período de inquisição da igreja e finge que vive bem com sua esposa, mas ela vive cuspindo fora do prato. Não é á toa que chama Touro. Desgraçado duma figa.
- Eu não sei como não te expulsei daqui até hoje. Praga de asfalto. Vai catar coquinho lá na sua origem.
- Depois falamos mais, agora vou jogar xadrez na praça com os porcos sujos petistas. Tchau. Até mais moça, você não é petista, é? Tem cara de inteligente, culta. Não pisa no rabo do gato, hein?
Saí da banca com o jornal da cidade e uma pulga atrás da orelha, pois a moça era eu. Será que entre amigos a vida é assim? Será? E será que piso no rabo do gato?