Maçã Mata
Vejo muitas campanhas para minimizar os efeitos colaterais do machismo. Sou mulher, quero respeito ! Meu corpo não é sua fantasia! Mexeu com uma, mexeu com todas! Dentre outras. As mulheres entraram para a estatística de feminicídio modal, mesmo contando com um aparato tecnológico, leis sancionadas, medidas protetivas, mobilização social, e corpo funcional.
A visibilidade do fato é condição para o efeito dominó, uma série de violência contra o gênero foi intensificado. E o mais alarmante, pasmem, é que independe de um núcleo cultural. A condição social, também, é refutada para os parâmetros de estudo e pesquisa. Por outro ângulo, a sociedade indigna-se, mas não vejo mudanças. Uma equipe especializada é direcionada, exclusivamente, para atender ao propósito da causa, e os números de violência só aumentam.
No colo familiar, a mulher é acalentada com ameaças físicas e verbais; muitas, vivem à sombra do desespero e terror. Um relacionamento abusivo em nome do amor. Outras, pelos filhos e falta de trabalho, a velha dependência financeira. E com o passar da mocidade, vive a discriminação do peso da idade; como se a juventude fosse um item da eternidade.
Neste aspecto, parece que só a mulher fica idosa, grisalha, adiposa, sem musculatura, barriguda, flácida, enrugada, e com a bola do mundo nas costas. Ela tem que mudar sempre para estar de acordo as exigências do parceiro. Se não quiser virar figurinha repetida, no álbum de um colecionador de tesão. De repente, a menina dos olhos vira catarata, chata, rabugenta, feia e indigesta.
Caso seja, objeto de escambo, será uma mercadoria de pouco valor. Ainda, será responsabilizada pelo sacrifício do homem adquirir sua nova bonequinha de luxo. De qualquer forma, a culpa será da mulher. Quem mandou Eva comer maçã?