O TEMPO É O NOSSO OLEIRO
Passamos por isso. Não há limite para a dor quando a vida resolve descortinar o seu sonho e desviar o caminho para uma rota que estava fora de seu alcance . Por momentos somos jogados no abismo, sem amparo para esse choque brutal !
Cada um tem uma história de vida para contar.
Daí quando estamos diante do mesmo cenário , nos transportamos para as cenas , para os detalhes e sentimentos que há muito haviam sido amortecidos. Nessa miríade de memórias a dor se arrefece porque o tempo vai criando uma camada fina de proteção para o que era intenso. A memória tornar-se fluida e mais leve. As cenas se distanciam propositadamente para que nossos olhos não enxerguem mais com tanta nitidez a realidade que passou.
A corrente dos anos coloca os pensamentos num patamar acima do momento presente e o alcance para atingi-los já arrefece a dor que era insuportável, lancinante. O verdadeiro antídoto é mesmo o tempo . Tempo este que nos conduz , que vai nos domando e colocando-nos do seu jeito. O tempo é o oleiro de nossas dores . O escultor que nos coloca sob suas formas como que para nos proteger de uma dor que sabemos será eterna.