MINAS CAIXA E EMATER
MINASCAIXA E EMATER (Memória)
Duas grandes empresas que muito fizeram pelo bem estar social dos municípios mineiros e pelo país.A primeira foi extinta em março de 90 e a segunda permanece ainda prestando grandes serviços ao meio rural.Na época ela se chamava ACAR (Associação do Crédito e Assistência Rural).Não sei se é verdade, mas já ouvi dizer que a ACAR nasceu dentro da Minascaixa. Não iremos relatar o lado técnico deste relacionamento, mas o lado afetivo do bom relacionamento entre os seus funcionários.
Quando da inauguração da Agência aqui em Calambau, em 1970, éramos três os funcionários: Eu era o Gerente, o Tancredo Diogo o Sub-Gerente e a Maria Luiza Fernandes Neves, Caixa. Esta inauguração foi em outubro de 1970. Nesta época, o Tancredo como Sub-Gerente desempenhava também as funções de Chefe de Setor de Contabilidade.Um pouco mais tarde veio trabalhar aqui, como Chefe de Setor, o Edson Pimentel da Silva, vindo da Agência de Tocantins.Depois veio o Fernando, o Zé Fernandinho, a Ilma Cabral,o Dalton, a Iva , o José Carlos Migliorini que veio de Ubá, o José Luiz.
Com a vinda do Chefe de Setor, iniciamos os financiamentos da Carteira Agrícola, o que aliás era a vocação de nossa Agência.Sempre tivemos a melhor acolhida na Carteira Agrícola da Caixa.Éramos sempre lembrados nas distribuições das verbas para aplicações, tanto nos custeios como nos investimentos.Sempre que íamos a Belo Horizonte visitávamos Carteira Agrícola, mantendo sempre contato o Diretor Paulo Araujo e vários outros, com a Dra.Maria Celeste, o Manoel Gusmão e a Lecir.Com a ida do Edson para Rio Pomba, a Chefia de Setor foi ocupada pelo Fernando Carneiro Peixoto, que continuou o bom desempenho neste setor.
Pois bem, com o quadro de funcionários completo as nossas aplicações nos diversos créditos tornaram -se rotinas.
Nas aplicações da Carteira Agrícola, nenhum financiamento era feito sem o planejamento técnico da EMATER, incluindo também a fiscalização.
No início pertencíamos ao Escritório da ACAR de Senador Firmino ,que tinha no técnico Antônio de Pádua Figueiredo, o Antônio da ACAR, a chefia do Escritório, a elaboração dos planos, fiscalizações,palestras, etc. Depois que a Empresa passou a chamar-se EMATER, tivemos em Senador Firmino competentes técnicos e agrônomos, que mantinham conosco os mais cordiais relacionamentos:- Ivoline,Francisco (Chiquinho) e outros.
No início da década de 80 passamos a pertencer ao Escritório de Piranga, onde também tínhamos muita amizade com o pessoal.Ivo,Pedro,Joaquim,Antônio Carlos, Valente,Tião(também conhecido como Nenem do Miguel),Antônio e vários outros.
Participávamos de encontros, partidas de futebol(campo e salão).No de campo eles levavam vantagem, mas no de salão eles perderam para nós na quadra do Nacional.O Tião não conforma até hoje.kkkkk
Certa feita recebi vários técnicos da Emater em nosso sítio.Eles foram visitar uma cultura de maracujá que eu havia plantado.Eram comandados pelo Agrônomo Lecir, especialista em fruticultura da UREMG (hoje UFV).Na região a cultura era pioneira,daí o interesse da visita.
Fomos para o campo.Na frente eu ia com o Lecir.Tão logo chegamos o Lecir viu umas manchas nos caules dos maracujás.Ele disse-me:-Estas manchas foram causadas por uma chuva de granizo, mas por brincadeira eu tentarei ver se eles descubram a causa das mesma.Depois de algum tempo,sem que nenhum deles acertasse, o Lacir disse:-Infelizmente o Murilo vai ter que erradicar a cultura, pois esta doença pode propagar para outras frutas.Todos ficaram assim um pouco tristes pela revelação.Aí eu disse-lhes:Olha, estas manchas foram causadas por uma chuva de granizo e vocês não descobriram? Foi uma gozação geral, o que levou o Valente a dizer:-Eu vou embora, pois aqui tem mais cacique do que índio...
Foi nada, pois a comadre Glorinha, esposa do compadre Raimundo Bananal, nossos vizinhos,já estava preparando uns frangos com quiabo e bastante angu para a turma.Isto, não sem antes, uma passagem obrigatória pela pipa, para encerrar o expediente...
Em companhia do Antônio Carlos, agrônomo fomos fazer uma visita a uma fazenda lá para os lados de Lamim, cujo dono havia feito um financiamento,um investimento para construção de um curral e aquisição de vacas leiteiras.Chegando à fazenda o dono não estava, havia ido para a cidade.Fomos para lá, pois o mesmo tinha que assinar a orientação do agrônomo.Ficamos lá até a noite e nada do mutuário chegar.O problema é que ele não havia terminado de construir o curral e não estava a fim de se encontrar conosco. A solução encontrada por nós era tirarmos o carro da rua onde ele morava e esperar que ele chegasse, pois ele iria pensar que tínhamos ido embora.Alí pelas nove horas ele chegou.De longe nós o vimos.Caminhamos para a sua casa e fomos atendidos pelo ressabiado agricultor.
Demos um prazo para que ele terminasse o curral.Ele ficou satisfeito e fez questão de que tomássemos um café com um delicioso bolo feito pela sua esposa.Saímos de Lamim por volta das dez horas da noite e viemos para Piranga e Calambau passando por Pau Grande, onde existia uma ponte de madeira em péssimo estado de conservação. Enfim chegamos, depois de enfrentarmos uma estrada muito ruim. Espinhos do ofício...
O fato é que o relacionamento da MINASCAIXA e A EMATER era muito bom. Em ambas as empresas os funcionários além de competentes eram muito amigos.
Foi um relacionamento que deixou saudades...
Murilo Vidigal Carneiro
Calambau , janeiro/ 2020